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sexta-feira, fevereiro 03, 2012

Ele há com cada nome

Lukasz Merda

Guarda redes suplente do Cracóvia da 2ª Divisão Polaca

quarta-feira, dezembro 23, 2009

UEFA Team of the Year 2009

UEFA Team of the Year 2009

Esta é a minha equipa deste ano.

É naturalmente baseada na equipa campeã europeia.

Iker Casillas marca presença na sua baliza e na defesa do seu Real Madrid.

Per Metersacker representa aqui o rigor do futebol germânico.

Patrice Evra é uma força da natureza que varre o corredor esquerdo do Man United onde quer que eles joguem.

Diego aparece pelo seu trabalho em Bremen que levou esta equipa teutónica à final da taça UEFA com a consequente transferência para Turim.

Ronaldo é Ronaldo e Samuel Eto'o pode lá ter o seu feitio mas ajudou muito o FC Barcelona na conquista do ceptro europeu.

terça-feira, setembro 01, 2009

Crise no SCP ou antes crise no futebol em geral (II)

Parte 2
(continuação)

3. Época 2009/2010

Para esta época os clubes europeus gastaram em aquisições de jogadores 1.500 milhões de euros. Estas aquisições foram feitas, maioritariamente, por um grupo restrito de clubes de que se destacam: R. Madrid; Manchester City; Inter de Milão.

Em termos de receitas – clubes e ligas europeias - reportamo-nos a 2007/ 2008, a situação é a seguinte:

- Os 10 principais clubes – R. Madrid, Manchester U., Barcelona, Bayer M., Chelsea, Arsenal, Liverpol, AC. Milan, AS Roma, Inter Milão – obtiveram receitas no valor de 3.043,8 M.€, as quais corresponderam a 39% da totalidade das receitas (7. 727,0 M.€) das Ligas a que pertencem;

- As receitas (7. 727,0 M.€) obtidas pelas principais ligas europeias correspondem a 53% da totalidade das conseguidas na Europa dos Clubes (14.600,0 M.€).

Em Portugal o investimento em compras – época 2009/2010 – foi de 50 milhões de euros, assim distribuídos: FCP 21,1; SLB 24,1; SCP 3,6.
Em termos de receitas os encaixes foram os seguintes: FCP 66,6 M€; SLB 3,5 M€ e SCP 2 M€.

Em resumo: e no que diz respeito ao futebol profissional português, conclui-se:

Estar-se numa situação económica e financeira á beira da falência, profundamente em crise;
Causas – despesas exageradas, muito acima das capacidades, em média os clubes apenas conseguem cobrir, por época, cerca de 70% dos custos realizados / esgotamento do modelo empresarial assente nas SAD’s esgotamento do modelo competitivo / défices profundos no modelo identitário dos balneários / fortes índices de corrupção associados.

4. Cultura de irresponsabilidade

Os acontecimentos que ocorreram ultimamente num Hospital conceituado de Lisboa, em que seis doentes saíram cegos do bloco operatório, vieram revelar alguns comportamentos que reportamos de preocupantes. Com efeito, quer os profissionais envolvidos quer a direcção clínica, de imediato, vieram a público enjeitar responsabilidades.

Estas reacções evidenciam uma cultura de irresponsabilidade.

Infelizmente este não é um caso isolado na sociedade portuguesa, outros há de igual importância. O despesismo excessivo existente no futebol português é também fruto da cultura de irresponsabilidade existente nos principais clubes.

segunda-feira, agosto 31, 2009

Crise no SCP ou antes crise no futebol em geral (I)

A situação actual do futebol profissional em Portugal permite-nos fazer a seguinte reflexão:

Parte 1,

1 - Situação particular do Sporting

Na década de 90 o SCP estava praticamente falido.
Foi um grupo restrito de sócios do clube, liderados por Roquete que iniciaram a recuperação do clube. Criaram um modelo empresarial e um modelo competitivo assente no futebol de formação.
O projecto veio a dar os seus frutos económicos e desportivos – um novo estádio, um excelente Centro de Formação (Academia de Alcochete) alguns títulos ganhos nas diferentes categorias do futebol;
Não teve êxito, bem pelo contrário, noutros domínios importantes para o clube – sócios e modalidades desportivas.
Nos últimos dois anos a situação financeira do clube tem vindo a agravar-se (divida acumulado 240 M.€) um valor tolerável, dum ponto de vista de gestão, andará por volta dos 150 M. €.
A Depressão existente no plantel foi a principal responsável pelos maus resultados alcançados no início desta época. As principais causas da mesma (depressão) tiveram a ver com (1º) a forma injusta como a equipa perdeu a final da Taça da Liga, (2º) a forma como o treinador da equipa foi tratado disciplinarmente pela FPF e Liga de Clubes, (3º) a maneira conturbada como decorreram as eleições recentes no clube e em que a equipa técnica e jogadores foram, muitas vezes, postos em causa por alguns (poucos) adeptos veio a agravar-se com estes.

O SCP é hoje um grupo complexo onde o futebol aparece como a sua principal área de negócio. A SAD, neste modelo empresarial, é um instrumento da sua gestão;

2. As SAD’s
O futebol na perspectiva das SAD’s é um negócio empresarial, como qualquer outro negócio é medido pelos resultados financeiros alcançados.
Este modelo que tem sido seguido pelas principais Ligas de Futebol encontra-se à beira da falência.

Na maioria das indústrias, um mau negócio vai à falência. No futebol, isso raramente acontece. Os clubes, ao contrário da maioria dos negócios, sobrevivem às crises porque os apoiantes continuam com eles independentemente da qualidade do produto.

Nota: Em 1923 a Liga Inglesa de Futebol era formada por 88 clubes. Passados 86 anos continuam a existir esses clubes. No mesmo período metade das 100 maiores empresas do mundo deixaram de existir, enquanto as outras mudaram de sector ou de localização.

(continua)

terça-feira, março 03, 2009

Mourinho igual a ele próprio

Este vídeo mostra Mourinho muito aborrecido com a imprensa italiana após o empate a três com a Roma em casa.

Foi duro mas palavras mas tem deve ter as suas razões. Os anos passam os clubes e os países mudam mas ele continua igual a ele próprio.

quinta-feira, junho 05, 2008

Um dia feio para o futebol português

Ontem a UEFA decidiu que o FC Porto deverá ser penalizado na sequência das sanções proferidas pela LIGA no âmbito do chamado processo Apito Final. A sanção a aplicar aos dragões será a de ficarem impedidos de participarem em qualquer das provas desportivas realizadas pela UEFA na época 2008/2009. Deverá ser (escrevemos) porque o FC Porto terá ainda direito a interpor recurso. Ao que parece desta vez vai exercer o direito.
Consequências imediatas: (a) péssima imagem transmitida para o exterior, com a consequente perde de credibilidade do futebol português; (b) consequências imediatas (negativas) no âmbito do grupo de trabalho da selecção nacional de futebol; perda de imagem e de credibilidade do principal clube de futebol português – justamente aquele que melhores resultados e títulos nacionais e internacionais alcançou - nas duas últimas décadas; (c) descredibilização, a vários níveis, do dirigismos desportivo português, (d) perdas, substanciais financeiras, a título de exemplo o FC Porto na época 2007/2008 e nas competições europeias, facturou aproximadamente 13 milhões de euros.
Leonor Pinhão (LP), benfiquista assanhada, escreve hoje na sua habitual crónica das quintas-feiras no jornal “A BOLA” que A “culpa” de a UEFA ter banido o FC Porto é … do Benfica. É evidente que LP tenta fazer humor com a situação. É evidente que existe bastante exagero na afirmação, agora que o Benfica está bastante envolvido na situação, também me parece evidente. Aliás, basta ter lido os artigos de LP sobre o Apito Dourado e constatar, ali, o ódio visceral existente contra o FC Porto.
Razão teve ontem (quarta-feira) Fernando Correia, quando aos microfones do RCP (Lugar Cativo), afirmou e a propósito da decisão punitiva da UEFA, ser um dia triste para o futebol português.


Pedro Vieira (pedro.vieira55@gmail.com)

quarta-feira, junho 04, 2008

UEFA com Mão Pesada

Leiam ESTA NOTÍCIA. A UEFA não foi em brincadeiras e deu um castigo exemplar a que o merece - FC Porto e Pinto da Costa.

FINALMENTE ALGUÉM PÕE UM TRAVÃO A UMA POUCA VERGONHA INSTALADA DESDE HÁ MAIS DE 30 ANOS DO FUTEBOL NACIONAL

quarta-feira, abril 09, 2008

Semanada

Sporting - Jogou QB contra um Braga que joga aberto que nos facilita o jogo e, por conseguinte, a marcação de golos. Ganhámos vantagem sobre os anteriores 2, 3 e 4º classificados. Destaco os jogadores Veloso, Grimi e Farnerud. O primeiro recuperou a forma. O segundo é bom e regular. O terceiro jogou razoavelmente. Infelizmente Polga lesionou-se. Rui Patrício não se mostrou muito seguro. Na 5ª feira demos um passo importante rumo às meias finais da Taça UEFA. Com um pouco mais de audácia a vitória poderia ternos sorrido. Vejamos o que nos reserva esta semana.

Benfica - Teve um resultado injusto pois mais que merecia a vitória no Bessa. A arbitragem efectivamente mostrou um critério bem mais laxista no que toca a penaltys do que a equipa que arbitrou o Belenenses - Porto da jornada anterior. Aqui Chalana esteve bem ao denunciar a situação. Já o seu presidente, com os seus telhados de vidro, tem razão mas pode-se cortar com os estilhaços.

Porto - Merecida vitória na prova rainha do futebol luso. Não foram as arbitragens que lhes deram o titulo. Foi a sua magnifica organização interna. Felicito o clube à excepção do seu lavageiro presidente. Para quê dar porrada em mortos? Só se for para espicaçar o vindouro adversário vermelho. De resto não havia necessidade.

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Atlético de Madrid e Simão - O ingrato está a fazer uma época meritória. Os seus níveis técnicos e físicos mantêm-se em alta e tem companheiros ao seu nível. A goleada ao Almeria revela isso. A qualificação para a pré-eliminatória da Champions deve acontecer e é bem merecida.

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Peseiro - A duas jornadas do fim e com a derrota fora por 4-1 parece mais uma vez afastado do título na recta final, desta vez na Grécia. Conforme se pode ver aqui e aqui, passou de 1º para 3º num ápice. O homem já merecia um campeonato...

terça-feira, março 04, 2008

Globalização, Gestão de Oportunidades, Desenvolvimento

Os diagnósticos detalhados sobre a situação económica e desportiva do futebol português e dos seus protagonistas estão feitos. Permitam-me, no entanto, sobre o assunto e relativamente a esta época desportiva (2007 – 2008) fazer apenas umas breves notas, meramente, enquadradoras:

a) Mantém-se, não obstante os investimentos feitos em novos estádios, a fraca afluência de público aos estádios. Com excepção do FC Porto, Benfica, Sporting, V Guimarães e SC Braga, as afluências são, em geral, fraquíssimas;

b) Qualidade baixíssima nos espectáculos. Normalmente as equipas mais fracas e sobretudo quando são visitantes, jogam sistematicamente no aproveitamento dos erros do adversário e instalam-se, acampando, nas respectivas defesas. Não arriscam e não procuram o jogo pelo jogo, apostam fundamentalmente no erro do adversário;

c) Os planteis são construídos por atletas, na sua maioria, oriundos de mercados mais baratos e de qualidade inferior. Curiosamente abandonámos os mercados dos países africanos de língua oficial portuguesa;

d) O empobrecimento do mercado formativo, justamente, por falta de alternativas competitivas para os atletas;

e) O êxodo para outras ligas mais competitivas dos melhores atletas portugueses;

f) O endividamento progressivo dos clubes e respectivas Sades Desportivas. A título de exemplo e no primeiro semestre da presente época o passivo dos três grandes era de: FC Porto – 116 M €; Sporting 220 M €; SLB 315 M €;

g) Falta de qualidade do ordenamento jurídico afecto ao futebol e das principais organizações tutelares e dirigentes;

h) Falta de qualidade e preparação dos dirigentes desportivos;

i) O adiamento sistemático e a não resolução de forma transparente e, sobretudo, com justiça dos casos de corrupção que minam e afectam o futebol português e as suas principais estruturas.

A situação é critica e tem repercussão nos maus resultados e espectáculos conseguidos, na fuga dos principais talentos nacionais e no empobrecimento progressivo dos principais agentes desportivos. Em resumo, os adeptos têm tendência a afastar-se dos clubes e dos estádios.

Assim e em alternativa e no que diz respeito ao momento actual e futuro, torna-se necessário e urgente encontrar soluções económicas, sociais e desportivas num quadro globalizado em que o fenómeno futebolístico se caracterize fundamentalmente pela multinacionalidade dos seus agentes (atletas). A ideia implícita será, já lá vai o tempo em que as equipas eram constituídas maioritariamente por atletas nacionais e concomitantemente se garantiam, assim, os processos de identificação. Hoje o que fixa um adepto a um clube é o resultado, e se este no seu somatório geral significar vitórias finais e conclusivas (conquista de competições) tanto melhor. No futuro não bastará apenas o resultado, provavelmente, será necessário também, essencialmente, garantir bons espectáculos mediáticos com todas as tecnologias associadas. Os estádios não serão grandes, serão o suficiente, para que o público presente seja parte integrante e fundamental do espectáculo. As televisões com as suas produções e realizações farão o resto.

Está assim traçado um quadro de progresso em que o modelo globalizado garantirá oportunidades e naturalmente o desenvolvimento desta importante indústria.

Portugal pelas suas características e ligações intrínsecas – EUROPA / ÁFRICA / BRASIL – tem obrigatoriamente de estar à altura dos desafios globais que se irão num futuro próximo colocar ao mundo riquíssimo e apaixonante do futebol.


Pedro Vieira (pedro.vieira55@gmail.com)

terça-feira, fevereiro 26, 2008

O novo ...

Este fim-de-semana (Fev., dias 23 e 24) feio e chuvoso, a lembrar os tempos dos invernos rigorosos, foi convidativo para a militância da preguiça e do descanso. Por isso optei e bem pelo sofá e o aconchego da manta, nos intervalos da televisão e de alguma rádio, a leitura, obrigatória, dos jornais.

Dessas leituras retirei três artigos que achei interessantes e que propositadamente me permitiram reflectir sobre alguns assuntos, a saber:

Jornal “O Público” coluna “Opinião” de Vasco Pulido Valente (VPV), título do artigo – “Apodrecer ao Sol”. VPV e a propósito da “velha SEDES (com gente nova)” e acerca da última posição pública daquela associação, designadamente “que Portugal está na iminência de uma crise social de contornos difíceis de prever”.” O país deixou de acreditar no sistema político e, em particular, nos partidos, de direita ou de esquerda”. Teme a SEDES, em virtude do aparelho de estado e da sociedade influente estar minada pelo poder partidário, que se caminhe para uma situação de “bloqueamento do regime”.
Em remédio e alternativa a SEDES preconiza que se deve pedir aos partidos que promovam uma “elite de serviço” como forma de esses mesmos partidos deixarem de ser tão, maliciosamente, interventivos.
Pergunta e ao mesmo tempo afirma VPV, “nunca com certeza a preveniram (à SEDES) que as meninas não reformam o bordel”. “Como nunca lhe explicaram (de novo à SEDES), que andam por aí há anos derivas populistas, caciquistas, personalistas”.”No fundo, os senhores da SEDES não perceberam que nenhuma crise social põe em perigo o suave arranjo da política portuguesa, enquanto Portugal pertencer à Europa”;

Jornal “A BOLA” coluna “Opinião” de Fernando Seara (FS), título do artigo – “LEX sportiva”. FS, acerca da posição alcançada pelo futebol português no Ranking da UEFA, afirma que “ a análise fria dos números permanece intocável. Os espanhóis começaram com oito equipas e mantêm quatro, os ingleses iniciaram as provas com as mesmas oito e permanecem sete”, os italianos, os franceses, os alemães e por aí fora, sempre mais do mesmo. Diz e bem FS que “ permanece uma certa noção de estagnação nas competições europeias”. E em alternativa, “talvez seja esta a altura em que se impõe uma reflexão sobre o actual modelo competitivo, tornando-o mais abrangente e mais aberto a outros futebóis”. “É que a construção da Europa, vai passar também pela integração dos diferentes modelos de desporto/indústria/entretimento”. É assim “que surge para alguns, em evolução um conceito de Direito Transnacional que cria a lex sportiva”;

Jornal “A BOLA” coluna “Opinião” de Jorge Valdano (JV), título do artigo – “O multifutebol”. Diz JV, acerca da evolução do futebol e do seu posicionamento actual, politico, social e desportivo, que não são só as situações de violência, sectarismo, racismo e

xenofobia que invadem e marcam, negativamente, o futebol e o seu espectáculo, existem, felizmente, outras como as novas tecnologias associadas que nos permitem “com um comando à distância sentir como nossa uma competição que mantém despertas ao mesmo tempo milhões de pessoas na Turquia, Grécia, Itália, França, Escócia, Inglaterra, Alemanha, Portugal e Espanha é surpreendente”. “Coloca-nos perante a evidência que a Champions contribui para a construção da Europa”. “E comprovar que os actores do espectáculo são homens nascidos em mais de 50 países amplia a ideia que o futebol é cada vez mais um fenómeno integrador”.
Verifica-se ainda que as equipas são cada vez mais multinacionais o que de certa forma elimina a sua significação e representatividade e concomitantemente a sua essência e raiz sociológica. Diz e bem JV que “a curto prazo o resultado salva do fracasso; a longo, só o bom jogo permitirá voar, seduzir e conquistar”. Diz ainda que “o futebol é cada vez mais um símbolo representativo particular, é cada vez mais um espectáculo global e luminoso e, como sempre, sentimental”.

Aparentemente estes três artigos parecem diferentes, mas lidos com atenção fazem parte do novo e tem sentido de conjunto. Por outro lado e se fizermos ainda um esforço maior, quiçá com a ajuda e o aconchego da manta, estaremos ainda de acordo com aquilo que também escreveu este fim-de-semana Jorge Valdano i/é “o novo chama-se globalização e muda os cenários a uma velocidade nunca vista”.

Por isso e em conclusão diremos que é fundamental prepararmos convenientemente e avançarmos, da forma como sempre fizemos, cautelosamente e já agora sem medos e quase de certeza sem SEDES.

Nota: Sobre a jornada 20.ª da Bwin LIGA, apenas para dizer que fomos péssimos na prestação. Estou totalmente de acordo com a análise feita por António Gouveia. Apenas uma constatação mais, Paulo Bento começa, efectivamente, a não ter muita margem de manobra. Esta perda é resultado, fundamentalmente, da sua intransigência e teimosia. Afinal, e não sigo isto para brincar com as palavras, onde está a sua tranquilidade tão apregoada?.


Pedro Vieira

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Um privilégio – escutar e ler

Quatro razões (assuntos) que ocorreram na semana passada permitiram-me alinhavar algumas ideias, as quais tenho o prazer de passar a compartilhar. São elas:


Terrenos do Sporting - finalmente a Câmara de Lisboa autorizou na Assembleia Municipal o loteamento dos terrenos afectos ao velho estádio de Alvalade. Esta autorização vai permitir ao SCP obter, a curto prazo, um encaixe financeiro que se situará entre os 25 e os 27 milhões de euros.


Sendo assim importa assinalar que até à presente data o SCP reduziu o seu passivo em cerca de 73 milhões de euros. Um esforço notável que aqui se refere.


De acordo com o presidente do Conselho Directivo e da SAD – Soares Franco – o Grupo SCP estará financeiramente sustentado i/é com níveis de endividamento passíveis de serem suportados pela actividade gerada (corrente) sem a necessidade de controlar excessivamente os custos, quando se atingir um passivo não superior a 150 milhões de euros.


Para atingir o “equilíbrio” referido será ainda necessário reduzir o passivo em mais 50 a 60 milhões de euros.


A próxima etapa será discutir com os bancos credores as estratégias adequadas a empreender.

Compete aos sportinguistas acompanharem esta situação e em colaboração com os principais dirigentes do clube, encontrarem as soluções mais adequadas, as quais deverão garantir um futuro mais risonho para a instituição e suas actividades desportivas.


No quadro e gráfico seguintes passamos a ilustrar financeiramente a situação.


Quadro1


Gráfico1


Associação Europeia de Clubes – a UEFA e os clubes finalmente chegaram a um acordo.


Acabou o grupo dos ricos (G14) onde se encontrava o FC Porto, em causa estavam os interesses egoístas dos grandes. Michael Platini - presidente da UEFA - deu a volta por cima, cedeu aos principais interesses instalados, mas alargou o grupo para 130 clubes.


Portugal nesta primeira fase vai estar ali representado através de três clubes. Mais tarde se subirmos no ranking (6ª posição) podemos ter mais um representante.


Como curiosidade e ao nível das contrapartidas financeiras, assinala-se que a UEFA vai ressarcir os clubes pela cedência de atletas às selecções dos países que disputam as competições organizadas por essa mesma instituição.

Agora imagine-se os interesses que se vão instalar para que certos e determinados atletas sejam convocados para as suas respectivas selecções.


Centenário do Inter de Milão – na festa e na fotografia final ficaram gravadas três presenças portuguesas, Figo, Pele e Maniche.

Fernando Seara

Entrevista radiofónica a Fernando Seara (FS) no Lugar Cativo, RCP – saudar, em primeiro lugar, o mestre Fernando Correia pela oportunidade e pela excelente condução temática desenvolvida.


Da mesma ressaltaram, entre outros, três aspectos que gostaria de destacar:


Primeiro aspecto - a visão moderna e progressiva sobre a evolução do desporto em Portugal patenteada pelo entrevistado;

Segundo aspecto – a visão humana, solidária e equitativa sobre aquilo que deve ser, no plano desportivo, o serviço público;

Terceiro aspecto – O Benfiquismo manifestado e a revelação do facto de já ter pensado, em tempos idos, ser presidente do SLB. Embora considere que actualmente a presidência do clube está em boas mãos não rejeita uma candidatura futura.




Carcavelos, 1 de Fevereiro de 2008



Pedro Vieira (pedro.vieira55@gmail.com)

sexta-feira, novembro 16, 2007

Mourinho - Perfomances Sustentávies ou não?

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Ao fim de 3 anos e poucos meses José Moutinho saiu do Chelsea. Acabou com o jejum de 50 anos ao ganhar dois campeonatos. Ganhou ainda algumas taças e esteve por duas vezes nas meias-finais da Liga dos Campeões. Como é seu timbre (e enquanto pode) pegou em zé ninguéns e fez estrelas. Ao fim ao cabo ovos de boa qualidade cujo aviário não era conhecido.

Não falando sobre os porquês da sua saída – eventualmente por desavenças com o seu presidente e desgostoso de certas contratações, falo sobre a sua permanência e sobre o ciclo percorrido por vários jogadores ao fim destes três anos.

Como já tinha referido em A Metodologia de Mourinho um risco que existia para tanta intensidade competitiva era o cansaço físico e psicológico dos seus jogadores. De certa forma isto já tinha acontecido no Porto. Com tanta estrela a cintilar no Porto do biénio 2002/2004 essas estrelas teriam de sair. Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira e Deco continuaram com o seu bom nível exibicional. Outros houve que não se deram bem com a gelada cidade moscovita – Costinha, Maniche e Derlei. No Porto temos uma equipa preferencialmente vendedora em virtude da Liga em que reside.

Já no Chelsea isto não sucede. Reside numa Liga Milionária com um presidente milionário que pode comprar quem quer e sustentar deficits de exploração. Sendo assim, em teoria, o treinador do Chelsea tem a equipa que deseja. Até certo ponto foi o que aconteceu com Mourinho. No entanto ficou com um John Terry, Lampard e Drogba cansados.

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O defesa, apesar de poder passar por traidor, estava exausto. O médio talvez foi o que mais aguentou. Drogba ao fim da 2ª época solicitou a mudança de esquema táctico pois queria um colega mesmo ao lado dele. Estes foram os elementos mais presentes nos blues de Londres.

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Na 3ª época contratou duas estrelas com créditos firmados e a barriga cheia de títulos. Será que o treinador português queria isto? Ora isto implica, quanto mais não seja pela personalidade do jogador, ter que os colocar no onze inicial. Sendo assim. Ficámos com dois jogadores médio centro – Lampard e Ballack e com dois pontas de lança – Drogba e Schevchenko. Com a particularidade que este último nunca se impôs na equipa mas informou muito bem o seu conterrâneo presidente. A criatividade e mobilidade da equipa diminuiu.

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A equipa estava diferente na época transacta. Já existia um certo cansaço. Este ano o Chelsea já tinha um futebol previsível pois a rapidez e a imprevisibilidade já não eram pedra de toque.

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Que conclusões tirar daqui?

  1. As equipas de Mourinho parecem ser, até agora, um Turbo que tem uma quebra irreparável – a excelente performance não se prolonga muito no tempo;
  2. A performance até se pode prolongar desde que o modo de funcionamento se altere. Como se pode ver agora, com Grant, e com alguma quebra, o modo de jogo já não é o mesmo embora com os mesmos agentes;
  3. Falta-nos uma prova para que a metodologia de Mourinho deixe de ter resultados excelentes mas fugazes. Isto implica que Mourinho fique cinco anos ou mais no mesmo clube sem refundações de plantel. Só assim se poderá dizer que os jogadores não são explorados até ao máximo (irreparável) das suas capacidades.

Mas esta permanência longa só poderá acontecer, a meu ver no futebol britânico. Eventualmente em Itália. Mas em Itália será pouco provável com um estrangeiro. Ancelotti já está à frente do Milan há um bom par de anos mas é italiano.

Apesar de tudo considero que Mourinho está no grupo dos 5 melhores treinadores do Mundo e é o Rei da motivação e da extracção de todo o potencial humano – físico e psicológico do jogador de futebol.

Visite o Site do Centenário

segunda-feira, outubro 15, 2007

Uma questão de estilo...


Se o estilo de jogo e do negócio está pensado, se está quantificado e valorizado, se existe uma estratégia devidamente suportada organizacionalmente, o sucesso, em princípio, está garantido.
Nesta medida e dinâmica as administrações/direcções dos clubes sabem o que fazer e que directores e treinadores necessitam. Por sua vez os directores sabem que jogadores contratar e os treinadores como treinarem.

De facto, a intensidade e o ritmo competitivo actual do futebol profissional – com jogos quase de três em três dias – alteraram profundamente a forma de estar e de ser das instituições futebolísticas. A constante mediatização do espectáculo, introduziu novas estratégias de marketing e de organização que num curto espaço de tempo revolucionou a imagem do futebol profissional. Este tornou-se numa importante indústria que para ser avaliada e compreendida tem que ser analisada e interpretada à escala global. Só assim se compreende que o Manchester United, Real Madrid, Barcelona e Arsenal tenham milhões de adeptos espalhados pelo mundo.

Por outro lado e ao invés, o fosso orçamental entre os grandes e os pequenos tornou-se ainda maior. Esta situação tem ainda tendência a acentuar-se, ainda mais, através da diferença qualitativa dos planteis. Como forma de ultrapassar as diferenças (gritantes) aumentou-se o número de jogos e com estes acelerou-se a rotação dos atletas. Nalgumas (muitas) situações instalou-se o caos, a desorganização, penalizaram-se fortemente os maus resultados e multiplicaram-se as chicotadas psicológicas.

Como forma de atenuar as incertezas, os cansaços, a constante mobilidade, a mudança permanente, procurou encontrar-se um elemento pacificador. Numa palavra, reforçou-se o papel e a figura do treinador e encontrou-se também um elemento aglutinador que é o ESTILO.

Assim concluímos que hoje, associada ao sucesso, aparece obrigatoriamente a palavra estabilidade e que garantir esta é também uma questão de estilo.

Nota: Este meu apontamento vem na consequência do excelente artigo de J. Valdano no jornal “A BOLA” de 13/10/07. O conteúdo por mim agora expresso inspirou-se no artigo referido.

Pedro Vieira (pedro.vieira@gmail.com)


terça-feira, setembro 25, 2007

José Mourinho - Uma marca portuguesa

O treinador mais mediático do mundo está no desemprego dourado. Ao que parece e transparece existiam interferências na esfera de competências de José Mourinho. E quanto a isto defendo a posição de Mourinho. Se é ele o responsável não pode nem deve sofrer inteferências. Caso contrário de que são as responsabilidades? Cingindo-se ele ao princípio "Máxima Liberdade, Máxima Responsabilidade" nunca poderia sofrer interferências por muito tempo.

Independentemente de ter a possibilidade de escolher a maior parte dos jogadores com quem trabalha - asssim aconteceu no Porto e em Stamford Bridge - há que dar-lhe o mérito de fazer excelentes omeletes com estes ovos de classe 1. Muitas das vezes estão disfarçados mas são de classe 1. Quando assim não é é difícil trabalhar. Quando esteve no Benfica queria adquirir Nuno Valente para defesa esquerdo e esta escolha foi vetada. Veja-se depois o rendimento deste jogador no Porto...

Há aqui duas situações distintas:

  1. Fazer uma equipa com o que se tem. Aqui há que maximizar os recursos disponíveis;
  2. Escolher novos elementos. Sendo o treinador o responsável técnico, é ele quem sabe os ovos que quer comprar. Então, e em função do orçamento disponível, o comprador (leia-se empresário) adquire o que o cliente (leia-se treinador e nunca outra função num clube) quer. Muitas das vezes não é isto que acontece e os resultados são os que se sabem.

Ora quando Mourinho vê interferências na sua esfera de competências prefere sair. E, com o seu perfil, eu faria o mesmo. É aborrecido ter umelemento que não é ao seu gosto. E num futebol que é uma indústria em que há um sistema e um conjunto de engrenagens se algum elemento falha a máquina não funciona bem.

Foi o que aconteceu em Chelsea. Shevchenko e Ballack não me parece ter sido escolha do treinador luso. O sadino prefere "make zeros in heroes". Quem eram Maniche, Derlei, Paulo Ferreira, Drogba, Joe Cole, Arien Robben, Frank Lampard, Ricardo Carvalho antes de passarem sob o comando técnico de Mourinho? Certamente estavam uns furos abaixo e com holofotes a menos.

Mourinho foi bafejado pela sorte. Foi sim senhor. Foi para um Porto e um Chelsea cujos presidentes lhe fizeram as vontades das compras. Foi. Mas maximizou ao máximo (passe a redundância) os recursos existentes. Ganhou cartel. Ganhou títulos. Agora é treinador para não ficar senão nos 8 melhores clubes da Europa ou para lá colocar um clube com capacidade de gerar recursos financeiros para lá estar.

Com tudos os defeitos que tem, incluindo a sua arrogância, é uma bandeira portuguesa para onde quer que vá. Só espero que lhe dêm as condições que pretende para fazer mais uma máquina ganahdora.

domingo, setembro 23, 2007

Jogo de pragmáticos


Vem isto a propósito da misteriosa, sigilosa e recente saída de José Mourinho do Chelsea.
Não restam dúvidas que houve acordo e que este foi monetariamente excepcional para o treinador – em circunstâncias idênticas o maior conseguido na história do futebol.
Sobre as razões do desenlace, sobre o que verdadeiramente esteve na sua origem, nada sabemos. Está tudo no segredo dos deuses, ou se quiserem, da nomenKlatura.
Mourinho nada disse e no final era um homem feliz e tranquilo, pudera, e sobretudo aliviado. Apenas levantou um pouco o véu quando disse que “saio de consciência tranquila”.
Da outra parte i/é de Abramovich (dono e patrão do clube), também nada de verdadeiramente esclarecedor.

Tradicionalmente os despedimentos dos treinadores nos clubes tiveram quase sempre a ver com os maus resultados conseguidos e sobretudo com as consequências negativas destes junto dos adeptos.
Aparentemente e no caso em apreço, os resultados não foram a razões fundamentais. No Chelsea, José Mourinho, ganhou tudo aquilo que havia para ganhar em Inglaterra e para mais, num curtíssimo espaço de tempo. Os adeptos, esses, adoravam-no.

O futebol no mundo global em que vivemos mudou bastante. Mudou, em primeiro lugar, porque se tornou numa importante indústria – em Portugal representa cerca de 1% do PIB – e depois porque mudaram os seus modelos organizacionais (SADs) de forma a adaptar-se às novas exigências do espectáculo mediático.
Como alguém disse recentemente as profundas mudanças operadas no futebol, tiveram como consequência o desaparecimento progressivo dos talentos individuais com capacidade de inovação, dando estes lugar ao futebol monitorizado e mecanizado.
Por outro lado a mobilidade das forças de trabalho, o marketing e as novas tecnologias deslocaram o jogo para fora das quatro linhas. Este tornou-se mais profissionalizado e passível de se transformar em conteúdo televisivo.
Neste contexto o futebol tem também tendência a ser dominado pelos pragmáticos.

Ora Roman Abramovich e José Mourinho são os dois um bom exemplo de pragmatismo no futebol.

(Nota: Curiosamente e significativamente o Primeiro Ministro de Inglaterra elogiou, já depois dos acontecimentos ocorridos, o contributo de José Mourinho no futebol inglês.)


Pedro Vieira (pedro.vieira55@gmail.com)

terça-feira, agosto 21, 2007

O futebol profissional e as suas finanças - 3ª Parte

Alternativas

Feito o diagnóstico anterormente, compete-nos agora apresentar alternativas.
Colocamos para o efeito cinco questões que consideramos fundamentais:

1ª Questão

A necessidade de se consolidarem as contas ao nível das SAD’s dos clubes, presentemente – como já foi dito – apenas o Benfica está a faze-lo.

2ª Questão

A necessidade de as contas referentes às SAD’s serem auditadas periodicamente. Apenas os três grandes estão a fazê-lo regularmente.

3ª Questão

Ao nível das receitas é fundamental haver um maior equilíbrio na distribuição das mesmas. Só assim será possível no futuro sustentar uma indústria.

Por outro lado é necessário explorar e intensificar o valor da marca associada aos clubes.

4ª Questão

Reduzir convenientemente os custos, designadamente os salariais.

5ª Questão

Intensificar a formação de talentos, investindo mais nos Centros de Formação dos respectivos clubes.

Nota importante – Pela primeira vez na época 2006/2007 os resultados líquidos das 16 equipas da Super Liga, no seu conjunto, serão positivos.

quinta-feira, agosto 16, 2007

O futebol profissional e as suas finanças - 2ª Parte

3.2.- Análise específica época 2005/2006

A Deloitte – multinacional consultora de serviços, com escritórios instalados em Portugal – vem publicando anualmente um “Anuário” sobre as finanças do futebol profissional em Portugal. Recentemente publicou um estudo (8ª edição) referente à época 2005/2006.

O referido estudo é um documento, pela sua credibilidade, merecedor de ampla divulgação e discussão. É um excelente instrumento formativo – que para o efeito deveria ser acompanhado de sessões explicativas – fundamentalmente dirigidas aos principais agentes desportivos.

É um documento merecedor de estudo universitário competente e especializado.

Sobre o mesmo efectuámos algumas notas, em termos de diagnóstico, que passamos a descrever:

1ª Nota

As receitas geradas na época 2005/2006, no que diz respeito à indústria do futebol no mercado europeu atingiram os 12.600 milhões de € (o futebol inglês está no topo com cerca de 2.000 milhões de € – 16%).
Comparativamente o futebol português, naquele período, gerou apenas 239 milhões de €, o que representou naquele universo 1,9% e por outro lado é demonstrativo da nossa pequenez.

As receitas acima mencionadas foram controladas / geradas, no contexto competitivo europeu, maioritariamente pelas principais cinco Ligas – Inglesa, Italiana, Alemã, Espanhola e Francesa.

Por outro lado verifica-se ainda e com referência à situação portuguesas, que os três grandes (FC Porto, Sporting e Benfica) controlam entre si 62,7% das receitas geradas.

Já no que diz respeito aos custos envolvidos, em termos agregados, as equipas do 1º escalão atingiram os 274,8 milhões de €, também aqui os chamados três grandes encontram-se representados com 65,9%.
Por último, de referir que a principal rubrica de custos é a que tem a ver com os custos de pessoal, a qual ascendeu, em igual período a 132,8 milhões de €, os quais representaram 48% dos custos totais. Esta percentagem encontra-se muito acima daquilo que é tolerável e desejável.

2ª Nota

Na época em análise verificou-se um crescimento no desequilíbrio dos resultados de exploração e uma forte dependência do endividamento ao nível das instituições financeiras. Este, de origem bancária, foi obtido para cobrir os prejuízos que foram gerados pelos fortes investimentos efectuados nos plantéis e em centros de estágio.

Este complexo de situações obrigará a alterações futuras ao nível da chamada governação das sociedades e dos clubes.

3ª Nota

Nos últimos tempos tem-se observado a procura de modelos de negócios mais desenvolvidos e sustentáveis, assim como uma maior profissionalização dos agentes desportivos.

4ª Nota

Em termos, meramente desportivos, o ano em análise ficou marcado por resultados desportivos positivos no que se refere ao futebol português, designadamente:

- Participação e honroso 4º lugar conseguido no C. Mundo realizado na Alemanha;

- Organização em Portugal do EURO – sub 21;

- Participação honrosa do Benfica na Liga Milionária.

5ª Nota

As contas do FC. Porto foram elaboradas de acordo com as normas internacionais de contabilidade e também de acordo com as orientações e procedimentos adoptados no seio da EU.

Importante e fundamental salientar ainda, no que diz respeito às boas práticas seguidas, que o único clube português que apresentou as contas consolidadas foi o S.L.B..
6ª Nota

De certa forma a Liga Milionária tem vindo a contribuir através das receitas geradas, pela própria competição, para um certo equilíbrio financeiro dos clubes participantes. Evidência disso é o caso dos clubes portugueses i/é FC. Porto, Sporting e Benfica, cujas presenças anuais são fundamentais para garantir o prestígio desportivo e a estabilidade financeira necessária.

7ª Nota

A época 2005/2006 ficou marcada negativamente pelo facto de as 18 equipas, 7 não gerarem cash flows positivos.
Neste caso o Benfica foi a equipa que obteve melhores resultados.
Os três grandes, também aqui, representaram 73% dos cash flows gerados.

8ª Nota

O custo médio por jogador (18 equipas) foi de 209 mil euros.

Mais especificamente os três grandes apresentaram, em média, por jogador 565 mil euros. Os chamados pequenos 97 mil euros.

9ª Nota

O número total de associados das 18 equipas participantes era de 533 mil, o que corresponde a 5% da população portuguesa. O Benfica aparece destacado em 1º lugar com 152 mil, o FC. Porto em 2º lugar com 99 mil e o Sporting em 3º com 86 mil associados.

10ª Nota

Ao nível das assistências o número de bilhetes vendidos foi de cerca de 3 milhões. Face ao ano anterior verificou-se uma ligeira diminuição.

A taxa de ocupação dos estádios foi de 43%

11ª Nota

Ao nível da formação o Sporting aparece destacado em 1º lugar com um investimento de 1,3 milhões de euros. O Benfica (2º) com aproximadamente 1 milhão e o FC. Porto (3º) com 645 mil euros.
(Continua)

sexta-feira, agosto 10, 2007

O futebol profissional e as suas finanças - 1ª Parte


1. Ponto prévio

Aos meus amigos e colegas do alvalaxia.blogspot.com e aos leitores, a todos, quero deixar aqui um abraço e votos de uma nova época – 2007/2008 – repleta de êxitos desportivos e já agora, “bloguistas”.

Ao longo das últimas duas épocas tive o prazer de escrever aqui, no ALVALAXIA, cerca de 60 artigos e com isso tive a oportunidade e o privilégio de reflectir sobre a multiplicidade de assuntos e temáticas que envolvem o desporto e o futebol em particular.
Ao passar a vista por eles verifiquei e perdoem-me a imodéstia, que a complexidade e o grau de exigência que hoje é pedido aos envolvidos é enorme. Neste particular direi que esta exigência/competência além de um direito é uma obrigação em termos de cidadania.
Daí também a importância dos instrumentos operativos – onde estão necessariamente incluídos os BLOGUES – que tornam dinâmica, eficaz e generalizada as competências associadas à sociedade da informação e do conhecimento.

Em consequência, parece-me, justo, incluir como tema obrigatório no ALVALAXIA para a nova época o das finanças no desporto e no futebol em particular.

Falar em finanças no desporto e no futebol em Portugal é estudarmos a realidade societária que lhe dá corpo e que são os clubes de futebol e de estes, em particular, os profissionais.

Nesta perspectiva vamos iniciar o desafio abordando as finanças do futebol profissional tendo, nas circunstâncias, como referência o documento recentemente editado pela Deloitte e relativo à Época 2005/2006.


2. Questão geral

A maioria dos clubes profissionais em Portugal assenta a sua actividade e gestão nas chamadas SAD (Sociedades Anónimas Desportivas). Para o efeito a legislação portuguesa prevê, para estas sociedades, que o capital accionista seja constituído por duas categorias de acções, grupos “A” e “B”. As acções pertencentes ao grupo “A” concedem direitos especiais (privilégios) aos seus detentores designadamente os de veto em diversas matérias preponderantes – como a de aumentos de capital, alteração de estatutos, fusão ou cisão da sociedade – as quais, objectivamente, impedem quaisquer tomada de posição importante sem a sua anuência.
A lei obriga ainda e com isso fecha o circuito de controlo, que as acções do grupo “A” numa percentagem não inferior a 15% nem superior a 40% terão de estar na posse do respectivo clube.

Ora os clubes e os seus órgãos sociais tem, nas circunstâncias, um poder de controlo e decisão determinantes. Por outro lado, e em Portugal isso é evidente, os presidentes dos clubes tem um poder enorme nas decisões dos clubes aos mais diversos níveis.

Por outro lado, verificou-se que até agora em Portugal os clubes que estabeleceram acordos com empresas externas para efeitos de gestão e fundamentalmente de saneamento económico e financeiro, a totalidade deles foram despromovidos e encontram-se em situação mais grave.

Porventura e à semelhança de outros países da EU como a Espanha, França e Itália, entre outros, em Portugal o futebol continua a não ser considerado como um negócio puro e duro. O futebol é um facto,
continua a alimentar-se do entusiasmo e da paixão dos adeptos.

Se olharmos para a península ibérica e para as duas principais ligas profissionais de futebol, verificamos que em Portugal, apenas, três SAD se encontram activamente no mercado bolsista, em Espanha nem uma.

Apenas os clubes ingleses abraçaram o mercado bolsista de forma aberta e frontal e sem quaisquer restrições. Estão integralmente no negócio puro, duro e simples. Por isso a Liga Inglesa é uma excepção. Por isso também a Liga Inglesa é, porventura hoje em dia, a mais rentável.
Para os adeptos ingleses tornou-se, relativamente, indiferente que o clube do seu coração seja controlado, parcialmente ou na totalidade, por um grupo financeiro russo, escandinavo ou chinês. O importante é que o clube ganhe.
Esta postura britânica é interessante e porventura tem, hoje em dia, muito a ver com o modelo político adoptado.

De facto, uns defendem um modelo em que compete ao Estado ser mais intervencionista (Estado - providência) estando neste caso a Espanha e Portugal. Outros defendem e é ocaso de a Inglaterra uma postura mais liberal em que deixa ao critério e julgamento do mercado o desenvolvimento das coisas.


3. As finanças dos clubes profissionais (época -2005/2006)

3.1. Breve resenha histórica

De uma forma grosseira podemos dizer que até ao inicio da última década do século passado as principais receitas obtidas pelos clubes
foram numa 1ª fase, as seguintes:

- Totobola;
- Quotizações (sócios);
- Bilheteiras.

Os correspondentes custos com o pessoal, incluindo os dos atletas, foram baixos, haviam limitações à circulação de atletas.


Posteriormente e numa 2ª fase aquelas receitas foram acumuladas com as seguintes:

- Televisivas;
- Subsídios;

Sem limitações à circulação de jogadores e com os concomitantes acréscimos nos custos salariais dos atletas, recorreu-se a mercados mais acessíveis e ao endividamento bancário.

Recentemente numa 3ªfase e em consequência da situação caótica em que se encontravam as finanças dos clubes e as suas situações patrimoniais, tentou-se solucionar o problema recorrendo ao aumento das receitas por via da solução SAD’s e dos putativos encaixes financeiros provenientes do mercado accionista.

Em recurso e como contenção de custos recorreu-se a mercados futebolísticos, ainda, mais baratos e finalmente ao inevitável endividamento bancário.
(Continua)

sexta-feira, julho 27, 2007

O Futebol Português - Da década de 80 até hoje

O Futebol Português teve uma evolução significativa desde os anos 80 até hoje. Esta evolução insere-se na dinâmica europeia e mundial deste desporto bem como da globalização da sociedade.

Começando por aqui posso desde já adiantar que progressivamente as trasmissões televisivas foram ganhando cada vez mais adeptose, ao invés, os estádios foram perdendo. Quem ainda consegue ser fiel ao seu clube prefere muitas vezes ficar no conforto do seu lar ou ir ao café da rua do que ir ao estádio. Mesmo com os estádios actuais. Exemplificando digo que hoje seria inpensável ter 120.000 adeptos no Estádio da Luz para ver um Clássico com os preços de bilhetes da 1985 actualizados à taxa de inflação. Isto mesmo com as condições dos novos recintos.

Quanto ao fenómeno televisivo é ainda necessário referir que as transmissões são em número muito superior ao de duas décadas atrás. Vemos as melhores ligas e todas as provas internacionais com a regularidade que queremos. Assim os jogadores fora de série são vulgares. Entram-nos pela casa adentro todos os dias. Sendo assim os antigos jogadores razoáveis e bons deixam de ter algum interesse.

Efectivamente ficava sempre na retina dos simpatizantes do desporto rei as fantásticas exibições das principais ligas estrangeiras - Inglesa, Alemã, Espanhola, Francesa e Italiana. Quer em competições europeias quer na Final da FA Cup sobresaiam sempre a qualidade técnica, a pujança física e resistência dos atletas destes países. Os adeptos querem mais jogos de qualidade. Surge assim um novo mercado televisivo em Portugal que passa de canais abertos e gratuitos para fechados e pagos surgindo assim um e depois dois canais específicos de desporto - a Sport TV. Oliveirinha

Os limites para jogadores estrangeiros foram desaparecendo e a Lei Bosman deu a machadada final ao não impor limites aos números de jogadores comunitários. As escolas nacionais (regionais ao nível europeu) perdem as suas características. O futebol tem as suas tácticas e modos de jogar que são comuns a todo o mundo. Temos um "esperanto" futebolístico. O mercado de trabalho de jogadores vai esvaziar as ligas mais fracas, de menor dimensão e menos endinheiradas. No caso português há a acrescentar o menor número de recrutamentos nacionais que agora se passa a fazer em escolas de formação específicas para o efeito. As equipas de menor qualidade passam a recorrer aos brasileiros "de segunda e refugo" para fechar os seus planteis.

O figurino das provas europeias alterou-se. Com alguma frequência irregular podemos ver cair vários colossos europeus aos pés de clubes desconhecidos no panorama futebolístico. Nesses anos, as finanças de clubes, que regularmente investiam em contratações para a conquista de títulos, eram bastante afectadas.

Para obviar esta situação e para harmonizar a qualidade dos clubes a Taça passou a Liga dos Campeões e a Tça UEFA progressivamente passou a ser uma 2ª Divisão Europeia. Os clubes de topo das ligas europeias passam a ir para a Liga dos Campeões mesmo que não ganhem os seus campeonatos. Os campeões dos países menores vão para as Pré-Eliminatórias das duas provas europeias. Temos hoje em dia duas divisões europeias intercomunicantes e que não se jogam totalmente em poule a duas mãos. Mas para lá caminhamos...

A dimensão dos países e dos fenómenos futebolísticos dentro destes afecta muito as receitas geradas. Comparando Portugal e Espanha hoje em dia há vários clubes espanhois que têm assistências médias superiores a 10 ou 20.000 espectadores. Em Portugal superior a 20.000 temos 3 e superior a 10.000 temos dois. Em termos de receitas de bilheteira é o que se pode esperar e em termos de merchandisng o mesmo. Com a agravante da globalização televisiva onde há mais estrelas futebolísticas e mais adeptos a tendência é existir ainda mais. Clubes de dimensão mundial como Manchester United já têm os seus sites em chinês e japonês e o que é um facto é que são clubes cujo número de fans aumentou significativamente na Ásia. O que é aborrecido é que a estrela deste clube é portuguesa e pior ainda foi formado em Alcochete...


Hoje em dia temos uma série de jogadores de qualidade europeia e mundial que são portugueses. Figo, Rui Costa e Cristiano Ronaldo são os expoentes máximos desta qualidade. São jogadores que já não resultam dos acasos do futebol de rua, hoje já quase inexistente como fonte de talentos. São, isso sim, frutos da formação pensada e definida por profissionais do futebol com formação académica. Formação esta que é obrigatória para os treinadores do futebol profissional. Formação de jogadores que teve em Carlos Queiroz o seu melhor exemplo, sendo este trabalhador no mais rico clube do mundo. Formação de jogadores, ainda, que teve e tem como exemplo e benchmarking os futebolistas de topo. Trabalho árduo, inteligência e persistência fizeram uma geração dita de ouro que hoje se renova com qualidade e vai sendo vertida para o Clube Portugal - a Selecção.

Escusado será dizer porque motivo não temos uma Liga de Qualidade equivalente à dos nossos futebolistas. A reduzida dimensão do País e o reduzido pelo em termos de imagem e de adeptos dos clubes portugueses reduzem o futebol português a uma Liga de passagem e/ou de formação e/ou ainda de reforma.

Veja-se o caso do nosso mal amado e ingrato Simão Sabrosa. Teve uma formação futebolística em Alvalade que lhe permitiu ser transferido para Barcelona aos 19 anos por 15 milhões de euros. Na cidade condal não vingou e regressou ao Portugal, mais precisamente ao Benfica. Aqui deu de novo nas vistas. Já foi sondado anteriormente e agora, ao transferir-se para o Atlético, vai potenciar todo o seu encaixe financeiro. Vai também para um clube que, com estabilidade, será um que tem uma dimensão mais adequada à sua capacidade futebolística.

Como exemplo de formação temos Figo e Rui Costa entre muitos outros. Um mais ingrato não regressou. Outro mais grato tenta ajudar como pode o seu clube. Ambos vingaram no estrangeiro. Uma palavra de especial apreço para Fernando Couto ainda no activo.

Como exemplo de passagem temos um Anderson que só cá parou um ano e rumou a Manchester um um Deco que precisou de várias épocas para ser notado a nível europeu e sair pela porta grande para Barcelona.

Porquê tão grande argumentação? Para vos lançar a questão fulcral. Como vai evoluir o futebol português no futuro?

  1. Vamos ter uma liga europeia?
  2. Vamos ter ligas regionais europeias? Onde os 3 grandes podem ser notados?
  3. Vamos ter um campeonato como já foi descrito?
  4. Vamos ter clubes cronicamente deficitários no que toca à actividade corrente (sem receitas extraordinárias de vendas de passes)?
  5. Vamos ter um campeonato ibérico (aí a Pátria amada!)?

De uma coisa bem podemos ter a certeza. Para termos clubes de topo europeu dificilmente será com o cenário actual, em que por muito amados que sejam os clubes (e são) as suas estrelas param por cá pouco tempo. Atente-se no exemplo do AC Milan. Foi campeão europeu com meia dúzia de jogadores que estão no clube há mais de cinco anos. Isto seria impensável em Portugal.

domingo, maio 06, 2007

Manchester United - Campeão Inglês

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Os meus parabéns para Cristiano Ronaldo e Carlos Queirós pela conquista de Premiership. Fizeram uma boa época que já foi coroada com a conquista do Campeonato. O Manchester United foi uma grande equipa durante toda a época. Chegou à final da FA Cup e às meias finais da Liga dos Campeões. Um destaque especial para a juventude formada no clube e Cristiano Ronaldo.

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Fletcher, Carrick, Alan Smith são três nomes oriundos deste clube onde já dão cartas há alguns tempos. Cristiano Ronaldo foi o motor desta equipa encarnada. Foi ele que a puxou e transportou para várias vitórias contando também com a ajuda de Rooney e do veterano Ryan Giggs.

O mais rico clube do mundo é um exemplo a seguir pelo Sporting. O seu marketing é excepcional. O site do Manchester é um bom exemploa rete pelo Sporting.

Quanto ao 2º classificado da Premiership já disse o que há a dizer - se quer fazer 60 jogos oficiais não é com um plantel de 21 jogadores.