Justo Vencedor

A Espanha acabou por ser um justo vencedor do certame futebolístico que pela primeira vez decorreu no continente africano.

É uma selecção humilde, trabalhadora, um grupo (que tem por base o Barcelona) onde as individualidades sabem assumir os seus papeis e brilhar.

Gosto muito de Vicente del Bosque. A sua discrição e o seu profissionalismo permitiram-lhe ganhar duas Ligas de Campeões e duas Ligas espanholas (com os galácticos) e esta prova que acontece pela primeira vez para o seu país.

Espanha marcou mais um golo que Portugal em todo o certame e sofreu o mesmo número de golos. No caso castelhano os golos saem à medida das necessidades a conta gotas. No caso luso são como o ketchup...

Uma palavra especial para os holandeses que mostraram um bocadinho menos de grupo nesta final. O suficiente para dar a vitória a nuestros hermanos.

Quanto aos semifinalistas também acabaram por ser muito iguais no Sábado. Gostei da Alemanha, que só pecou por ter receios dos castelhanos. Mas também gostei do Uruguai, selecção muito interessante com individualidades, grupo e um treinador a orquestrar tudo isto.

Daqui a quatro anos há mais desta vez em Terras de Vera Cruz.

Meias Finais

Anteontem os holandeses derrotaram os uruguaios como seria de prever. Não obstante os sul-americanos deram a luta que se esperava dele. Destaque para Maxi Pereira (que merece uma entidade patronal de nível superior) pelo que correu e pelo golo marcado.

Ontem assistimos a um jogo de muita qualidade. Até aqui torci pelos alemães. No entanto o Barcelona e amigos conseguiu a quarta vitória pela margem mínima deste certame. Gostei do golo porque admiro Puyol e porque um jogador de 178 cm fez sobrevoar a bola por poda a área germânica, onde estavam todos os jogadores alemães que, na sua esmagadora maioria, tem mais de 180 cm.

Vendo as coisas com olhos de ver ontem estiveram em campo as duas melhores selecções do certame africano cujas probabilidades de vitória eram de 50% 50% quando o árbitro iniciou a contenda.

Quartos de Final

Neste fim de semana a máquina alemã secou a criatividade latino-americana argentina.  O mesmo se pode dizer que aconteceu no jogo Brasil - Holanda. Neste a colaboração de Filipe Melo foi determinante.

Num futebol cada vez mais globalizado em que o Brasil é o expoente da anti-criatividade e disciplina táctica impostas, vinga quem tem estas características e forças física e mental de sobra no fim de uma temporada no seu ADN futebolístico.

A Espanha com mais uma vitória pela margem mínima lá ganhou. A máquina catalã de passe curto castelhanizada por Del Bosque chegou onde nenhuma outra Roja havia chegado - às meias finais.

Uma última palavra final para o Gana e Uruguai. Para mim passavam os dois pela carreira que fizeram até agora. Passava o Gana porque acreditou até ao minuto 120 mas a sorte foi-lhe madrasta quer naquele penalti que nos cinco seguintes. Passava também o Uruguai porque tem uma equipa de jogadores de bom nível a jogar na Europa dos quais Forlan é o cabeça de cartaz e onde Fucile (FCP) e Pereira (SLB) se mostraram. Como dizia Guterres - É a vida.