Já me tinha lembrado de escrever sobre este
assunto. Este texto que agora divulgo "Tenham a bondade de me auxiliar" resume quase tudo sobre este cromo
de Alvalade que se vendeu por uns míseros dinheiros - comparado com o
que ele já ganhou até agora. Depois há aquela história rocambolesca do seguro e de ter conseguido jogar bem depois da dita operação.
A vinda de Liedson para o Porto só podia dar nisto. O Porto joga só com
um ponta de lança e esse, agora, é o excelente e jovem Jackson Martinez
que faz 90 minutos. Ora só se este se lesionar é que há lugar para
Liedson que só sabe jogar sendo o único ponta de lança e tendo a área só
para si. Então não deve estar com a lágrima no canto do olho como o
menino ou ficar com a expressão de "Tenham a bondade de me auxiliar".
Para além disto tudo há o oportunismo de querer vir ganhar um
campeonato... Tivesse sido mais disciplinado em 2004/2005 no jogo com o
Guimarães em Alvalade, que antecedeu o jogo com o Benfica e teria jogado
este jogo. Como ele era especialista a marcar golos a esta agremiação,
provavelmente o pé frio de Peseiro tinha acabado à mais tempo e a equipa
tinha jogado mais motivada o jogo seguinte, a final da então Taça
UEFA...
segunda-feira, abril 15, 2013
Tenham a bondade de me auxiliar
terça-feira, abril 02, 2013
Uma boa atitude de Dias Ferreira!
sexta-feira, maio 04, 2012
UMA LIGA SEM CONTRATAÇÕES
Una Liga sin fichajes
Atentemos na notícia e, salvaguardadas as devidas diferenças tomemos como exemplo.A ideia chave é que, os contratados por Mourinho no defeso passado jogaram apenas 16% do tempo útil na Liga Espanhola.
Interessante não é? Lembram-se que no ano passado o Real Madrid só ganhou a Taça do Rei e que na Champions e na Liga foi suplantado pelo, ainda hoje, imponente Barcelona?
Deveríamos ter contratado um novo treinador? Deveríamos ter contratado mais estrelas galácticas? Não e não.
O treinador fez um trabalho de reformulação de métodos de trabalho e de jogo em que se dá valor ao trabalho defensivo de todos, o que é pouco comum nestes grandes clubes. Depois sim vem o trabalho não menos importante ofensivo.
Os jogadores fizeram um trabalho de continuidade desde o princípio da época transacta. Agora mais apurados, com menos erros e com mais polimento, o seu sucesso foi maior. Talvez só um danoninho mais mas o suficiente para suplantar um quase inexpugnável mas cansado pelo rotina Barcelona.
Passando para o lado de cá da fronteira o que temos?
FC Porto - Os métodos implantados são conservadores no sentido que só se altera o que é melhor do que o que temos. Assim há uma evolução na boa continuidade. Talvez por isso Vítor Pereira aproveitou o trabalho de Vilas Boas e, desde Janeiro com o plantel reposto, ganhou a Liga. Mesmo a constante e necessária venda de jogadores resulta em substituição por um jogador semelhante.
Benfica - Jesus faz o que pode com o que tem. Se no primeiro ano ainda tinha Ramires e Di Maria, nestes dois últimos anos teve que lutar contra um super Porto e neste ano não teve grandes reforços. Não obstante, há ganhos na permanência da mesma equipa técnica. Apesar de tudo está em fim de ciclo de três anos. Só não o vê quem não quer ou não quer pagar a sua indemnização.
Sporting - Depois de quatro anos de Paulo Bento em que por pouco não se ganhou um campeonato e se ganharam duas taças (mais duas) voltámos ao troca e destroca de treinador, mesmo já com esta direcção. Assim não se vai longe. Assim não há ganhos de experiência, de continuidade. Há que aprender. Há que ter bons profissionais e aperfeiçoá-los. Como clubes vendedores que somos temos que seguir a boa política de substituições do FC Porto.
segunda-feira, março 22, 2010
Telenovelas, Calçadas, Polícias Lampiões e Cadeiras
Estou farto disto tudo.
- Telenovelas - Se no ano passado tínhamos um Miguel Veloso que só jogava na posição onde queria este ano temos um Izmaylov que está doentinho quando três colegas seus também estão mas jogam o que podem. Toca de encher telejornais com esta porcaria e o jogo jogado que se lixe e o prestígio europeu também;
- Calçada - Não sei se os adeptos madrilenos seriam de ter em conta pela polícia. O que é certo é que pessoas que se deslocavam do trabalho para casa ao fim da tarde foram vítimas destes sujeitos e dos respondões da Juve Leo. Será que se podem levar crianças em paz ao futebol?
- Polícias Lampiões - Depois do aviso real do meio dia não se fez nada de relevante para evitar a batalha campal do fim da tarde. Qual será o clube do impávido e sereno dirigente policial máximo escalado para o Sporting - Atlético de Madrid?
- Cadeiras - Pelos ares ontem no Pré-Fabricado do Algarve. Pois foi isto que aconteceu. Se a Juve Leo e os adeptos Ultras do Manzanares não são santos, Super Dragões não lhes ficam atrás. Nem Diabos ficarão. Não há ai um clube pacífico onde possa ir à bola com o meu filho?
quinta-feira, março 11, 2010
Rui Pedro Soares é do F C Porto
E o que nós temos a ver com isto?
E o que tema ver a Comissão de Inquérito ao caso TVI / PT a ver com isto?
É por isto que ainda não há Sporting TV?
segunda-feira, fevereiro 01, 2010
Escutas SCP - FCP 2003/2004
Corria a época de 2003/2004 e o sistema também. É por estas e por outras conversas que as pessoas deixam de ir aos estádios. Pinto da Costa (ou por que não chamar-lhe Adolf Hitler?) conversa com Valentim Loureiro. Ouçam como é tratado o nosso clube, o nosso actual presidente e o nosso roupeiro.
Sem comentários.
terça-feira, janeiro 26, 2010
OS TEMPOS VERDES de Pinto da Costa
E ESTA, HEM?
DESCONHECIA – AQUI FICA A FOTO (A PRETO E BRANCO) PARA COMPROVAR OS TEMPOS VERDES de Pinto da Costa, guarda-redes do Sporting de Coimbrões.
NUNCA ESPEROU VER O PINTO DA COSTA NUMA EQUIPA SPORTINGUISTA, POIS NÃO?. NEM EU... ALIÁS, PARECE QUE ELE ESTEVE MUITO PERTO DO FUTEBOL DO CLUBE, NO TEMPO DO JOÃO ROCHA. VINHA COM O PEDROTO, MORAIS, VALENTIM LOUREIRO E DOIS JOGADORES DO FC PORTO. PARECE QUE HÁ QUEM CONHEÇA BEM ESSE EPISÓDIO PORQUE SÓ ABORTOU DEVIDO A UM VOTO CONTRA DE ALGUÉM MUITO CONHECIDO.
quinta-feira, dezembro 18, 2008
A Imagem do Futebol Português
Foi um achado. Já há muito que pretendia expor as ideias infra até que encontrei esta imagem que é a que melhor espelha o Futebol Português nos últimos 30 anos.
Na 1ª fila e da esquerda para a direita podemos ver (o último listado está na 2ª fila):
- 1 - Joaquim Raposo - Autarca. Tal como mais de 300 semelhantes gosta de ver o nome do seu município em todos os jornais quando o clube da sua terra joga. Esta vaidade, que também é uma necessidade de visibilidade num país apaixonado pelo futebol, criou um mundo cinzento, obscuro e por vezes - demasiadas vezes - corrupto entre futebol e poder político no caso local. Apesar de ter uma imagem razoável deste autarca o que é certo é que está na tribuna deste pequeno mas vazio campo de futebol quando está presente o Presidente do mais titulado clube português do regime democrático.
- 2 - Pinto da Costa - O Papa Eucalipto, o Dono do Sistema. Ano após ano tem ajudado a reduzir as espécies do futebol português a três grandes espécies. As outras não passam de ervas daninhas em cujos estádios vão cada vez menos pessoas. Isto em virtude de uma nova ordem sócio desportiva mas também da incapacidade dos principais agentes desportivos se unirem na necessidade de dar competitividade e consistência a outras "espécies" que não as três grandes. Como "Dono do Sistema" conseguiu valer-se da vaidade do agente "Autarca" e do agente "Empresário Vaidoso" para diminuir os poderes destes e aumentar o seu a um nível médio em termos europeus. Se internamente (leia-se dentro do seu clube) é excelente, externamente é altamente pernicioso;
- 3 - Presidente do Estrela da Amadora - Empresário Vaidoso. Nem sei o nome dele. Apesar do escândalo - igual a tantos outros - de salários em atraso se manter desde o inicio da época, não sei mesmo o nome dele. Mas está bem vestido e anda de Mercedes. Foram muitos que se renderam ao Sistema e ao seu CEO - Reinaldo Teles. Este prometia o mesmo a vários e ao mesmo tempo. O que era impossível cumprir. Mas os "encaixes" já estavam garantidos. Também temos a noção que os clubes têm um défice estrutural de exploração crónico. Mas este problema fulcral não é resolvido. A bem do Sistema (de favores)!
- 5 - Joaquim Oliveira - O Homem da Publicidade e da SportTV. O irmão do António Oliveira jogador do Sporting chegou longe. Segundo reza a história começou a sua vida desportiva a acartar paineis publicitários. Depois foi intermediário de marketing entre empresas e clube com gestão artesanal. Quando os clubes não souberam negociar com a RTP monopolista da altura passou a ser intermediário para este serviço. Monopolizou a compra deste serviço aos clubes sem olhar aos meios para atingir os fins. Com o surgimento da SportTV o seu poder foi-se alargando a outros meios de comunicação social. É o UnCitizen Kane de Penafiel;
- 3 - Adelino Caldeira - O Profissional da SAD. (atrás do Presidente do Estrela na 2ª fila) Foi embolsar a bom embolsar desde 2003. Mas já antes disso tinha sido, mesmo antes de existir SAD. Comprar barato e vender caro foi um lema ainda hoje presente na parte oriental da VCI (infelizmente já não é na parte ocidental). Há que geral o dinheiro o mais profissional possível. E ele sabe o fazer mas há dinheiro que inexplicavelmente falta mas também o seu clube vai atingindo os elevados objectivos que o seu clube se propõe.
Mais tarde falarei da eucaliptização do sistema.
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António Gouveia
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terça-feira, novembro 18, 2008
Ir ao Estádio
Estes tacos de Basebol poderiam estar pintados de verde ou de azul. Não me espantaria.
Quem quer ir a um estádio de futebol e ser prendado com este arsenal? Depois da morte de Rui Mendes em 1996 por um elemento desta claque parece que nada mudou.
Esta claque oficialmente não oficial do SLB mas muito provavelmente alinhada com esta Direcção benfiquista é o que se vê. Os Super Dragões são o que são - o braço de "porrada" de Pinto da Costa. Quanto aos verdes e brancos temo que a realidade não seja diferente.
Vamos à bola em paz ou não?
segunda-feira, outubro 13, 2008
Atenção aos tempos que se avizinham
Recentemente o Jornal desportivo RECORD, nos dias 10 e 11 de Outubro de 2008, publicou uma extensa entrevista feita ao presidente do SCP.
O título, desde logo para os sportinguistas, não poderia ter sido mais sugestivo – As ideias para um novo SPORTING.
Sintetizamos as principais mensagens, passamos a citar:
(a) Existe uma crise de militância no Sporting;
(b) Equipa precisa de um estádio cheio:
(c) Realizámos o projecto, mas não conseguimos passar a mensagem de que queremos crescer;
(d) Tem falhado a ligação emocional da família leonina:
(e) A família leonina não cresceu;
(f) A “Olivedesportos” esteve desde o primeiro momento a apoiar os clubes. Há que reconhecê-lo;
(g) Paulo Bento é excepcional a gerir recursos humanos;
(h) È importante criar um novo conceito de clube que se adapte aos tempos modernos e onde as pessoas participem mais;
(i) O Sporting tem de dever menos para investir mais no futebol. Dentro de cinco anos estaremos a dever cerca de 140/150 milhões de euros, valores estes compatíveis com uma gestão mais saudável;
(j) Mais participação e militância dos sócios, alargamento do Conselho Leonino, acabar com as modalidades deficitárias e criar secção dos desportos radicais, equacionar construção do pavilhão;
(k) Novo modelo para o CD e SAD;
(l) Passar estádio e Comércio e Serviços para a SAD;
(m) A Sporting TV não é negócio possível;
(n) Dirigindo-se a alguma oposição diz que de nada vale desenterrar cadáveres.
Paralelamente os rivais (SLB) continuam na sua caminhada gastadora e investiram, mais uma vez, fortemente no seu plantel para 2008/2009. Ao mesmo tempo, criam um novo serviço comercial, neste caso um canal televisivo (Benfica) na rede MEO. Objectivo aproveitar os sócios Benfica (potenciais clientes do negócio) e rentabilizar o canal televisivo, isto independentemente dos compromissos assumidos com a “Olivederportos”.
Chamo a atenção para esta última situação e gostaria ainda de reflectir no seguinte: (1) As médias de assistência nos dois últimos anos na principal Liga de futebol em Portugal andarão nos 10.000 espectadores por jogo, isto num contexto de 16 equipas e 8 jogos semanais realizados durante aproximadamente 9 meses de competição; (2) Mesmo assim, para esta fraca média muito tem contribuído os três grandes e em especial o SLB nos jogos em que participou enquanto visitante. (3) Nesta perspectiva coloca-se uma questão, não diminuirão ainda mais com o novo canal televisivo Benfica as assistências e concomitantemente as respectivas médias. (4) Esta reflexão coloca ainda uma outra questão, para onde caminha competitivamente o futebol português (?), ou melhor existe, verdadeiramente, competição no futebol português (?). A resposta para mim é clara: enquanto não existir público nos estádios a competição estará fortemente prejudicada. O futebol existe porque o público participa no espectáculo.
Para finalizar gostaria que ficassem evidentes estas duas posturas diferentes: por um lado um clube pragmático, responsável e cauteloso – inovador na medida do possível – mas com um projecto sólido (Sporting); e do outro o (Benfica) à procura de uma dinâmica ganhadora custe o que custar.
Nota: Não menciono neste texto o FCP, porventura dos três grandes o clube mais sólido desportivamente e economicamente, porque considero no contexto desnecessário mencioná-lo.
Pedro Vieira (pedro.vieira55@gmail.com)
quarta-feira, junho 04, 2008
UEFA com Mão Pesada
Leiam ESTA NOTÍCIA. A UEFA não foi em brincadeiras e deu um castigo exemplar a que o merece - FC Porto e Pinto da Costa.
FINALMENTE ALGUÉM PÕE UM TRAVÃO A UMA POUCA VERGONHA INSTALADA DESDE HÁ MAIS DE 30 ANOS DO FUTEBOL NACIONAL
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António Gouveia
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16:30
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sábado, maio 24, 2008
Os Xico-Esperto(s)
Existem e pululam por esse país fora, infelizmente em quantidade suficiente para contaminar organizações e instituições em geral e algumas (importantes) em particular. Antigamente palitavam os dentes e cheiravam a suor e engraxavam os sapatos com o jornal enfiado debaixo do sovaco. Actualmente, estão mais “polidos” e “sofisticados” e apresentam, sempre, um ar dinâmico e diligente, por isso andam em permanente comunicação, i/é, agarrados ao telemóvel, já não cheiram mal, mas continuam a fazer muito mal.
Vem isto a propósito de algumas notícias (recentes) relacionadas com alguns comportamentos associados a personagens que estão ligadas de forma directa e indirecta aos chamados Apitos, Final e Dourado.
Com efeito o FC Porto ao não recorrer para o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) da decisão da Comissão de Disciplina (CD) da LIGA, designadamente da sanção que lhe foi imposta - perda de 6 pontos e multa de 150 mil € - acabou por aceitar implicitamente e objectivamente as sanções do CD e a culpa que lhe foi imputada.
Esta assumpção implícita da culpa por parte dos dirigentes do FC Porto não aconteceu por acaso. Aconteceu e inseriu-se numa estratégia para evitar, caso se optasse por recorrer da decisão do CD, que uma das sanções, nomeadamente a perda dos 6 postos, resvalassem para a época seguinte (2008/2009), podendo assim vir a comprometer a conquista do campeonato.
Acontece que um azar nunca vem só e ao que parece a UEFA decidiu, recentemente, que os clubes que tenham sido acusados e culpados pela Justiça Desportiva dos seus países de origem de situações de viciação de resultados podem ser penalizados, no ano em que ocorreram essas decisões, com o impedimento de participarem nas competições organizadas por esse organismo europeu.
Pelos vistos os autores da “competente estratégia”podem ter sido enganados. É caso para se dizer que o tiro pode ter-lhes saído pela culatra.
Bom, mas não levou muito tempo para que aparecessem Outros Xico-Esperto(s) a reclamarem que eram eles e o seu clube que deveria ocupar a posição deixada em aberto pelo eventual impedimento competitivo do FC Porto. Esquecendo-se, entretanto, de um pequeno pormenor, justamente, o de que pode não ser esse o entendimento e a opção final da UEFA quanto ao clube escolhido para substituir o sancionado.
Pedro Vieira (pedro.vieira55@gmail.com)
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Pedro Vieira
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19:10
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segunda-feira, maio 19, 2008
Porto, a fama que vem de longe
Existia uma anúncio a vinho do Porto que dizia "a fama que vem de longe".
Infelizmente aplica-se ao Porto.
Como se pode ver neste artigo, o Director Adjunto do Jornal desportivo de referência de Madrid, Espanha - Marca teve o seguinte comentário sobre o Porto na penúltima pergunta de entrevista:
"Es terrible lo que está pasando en el fútbol, un poco ante la mirada condesciente del periodismo. En los últimos años se han comprobado casos de dopaje masivos en Italia, caso Juventus, y de compraventa de partidos tanto en Italia como en Portugal, con equipos como la Juve y el Oporto en medio del embrollo."
A fama é uma coisa tramada!
quarta-feira, maio 14, 2008
Semanada
Escrevendo desordenadamente sobre a Justiça recentemente aplicado ao Futebol Luso digo que…
A montanha pariu um rato. O sistema judicial conseguiu incriminar o FC Porto num daqueles roubos totalmente desnecessários e pouco flagrantes. Outros houve que tiveram barbas e serviram para instituir o medo reinante com base no qual se alicerça o poderio nortenho.
Pinto da Costa só é suspenso. Possivelmente será substituído por Reinaldo Teles que foi e é o operacional do sistema. Digamos que a cabeça só perde a sua aparência. O miolo duplo fica lá no seu todo.
Quanto ao Boavista segue a máxima que o mais fraco é que paga as favas. Não sendo a família Loureiro um exemplo de honestidade para a sociedade portuguesa, João Loureiro é suspenso por quatro anos. O que à partida me parece excessivo comparativamente com Pinto da Costa. No entanto a corrupção de que o Boavista e o seu dirigente é acusado é em maior quantidade e gravidade o Porto.
A pena da descida do Boavista parece-me excessiva. O Porto perde 6 pontos. Uma ninharia, se olharmos ao que se passa desde há 31 anos. E se repararmos que Pinto da Costa (corruptor) é condenado por tentativa de corrupção activa quando Jacinto Paixão (corrompido) é condenado por consumação de corrupção passiva. Será que é preciso comentar???
O Sistema é o que é e está descrito e factualizado em vários sítios e por vários autores. Continuará a ser o mesmo pois os Polvos reinantes ainda mexem os seus cordelinhos na penumbra e continuarão a mexer. Ainda têm muito tempo para deixarem descendência. Pouco ou nada se alterará.
Voltando atrás, repito que a montanha pariu um rato. Mas nos noticiários internacionais não deixará de se ver esta ponta do iceberg que poderia ser explorada caso fosse vontade dos poderosos. Infelizmente não é. Nem tudo são rosas no futebol e na sociedade. Mas se quisermos progredir há que limpar toda a sujeira, mesmo aquela que está debaixo dos tapetes e dos móveis (esta que aparece na casa dos impolutos).
Os três grandes são o que são e a nossa Liga tem os problemas que todos sabem. Obviamente que a visibilidade do País e da nossa indústria assenta nestes três pilares e noutros de média dimensão. Há então que dignificar o espectáculo. Há que mentalizar todos que mais vale uma derrota limpa por um ponto que uma vitória suja por outro ponto. A bem do espectáculo enquanto um todo e de futuras vitórias honestas e merecidas.
Não foi assim nos últimos 31 anos. E foi assim que se perderam as pessoas dos estádios pelo que já foi dito e por comodismo. Só que o comodismo colocou-as nos sofás mas a ver outras Ligas. Ligas naturalmente mais poderosas e competitivas. Ligas infelizmente e por via de regra mais honestas. Sendo assim o futebol luso cairá no esquecimento.
quarta-feira, abril 09, 2008
O Bom, o mau e o vilão
Um resumo que corrobora vários factos do texto hoje aqui transcrito!
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António Gouveia
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08:00
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Etiquetas: AG, Futebol Português, Porto
FC Porto acusado de corrupção activa
Para corroborar as ideias do texto anterior aqui fica um testemunho sob a forma de vídeo.
Neste lindo vídeo, a partir do 3º minuto, pode-se ver Cadorin a confirmar ter sido vítima de uma tentativa de corrupção por parte do FC Porto.
Cadorin era jogador do Portimonense em meados da década de 80 quando Artur Jorge era treinador do Porto e Gomes o seu ponta de lança.
Não houve julgamento nenhum. O Porto passou impunemente até hoje.
Enfim. Nós gostamos de futebol e cada um do seu clube. Como a esperança é a última a morrer, há que acreditar que melhores dias virão.
FC PORTO - Para que não se esqueça nem se iludam (o texto é grande mas leiam)
Texto retirado de http://vedetadabola.blogspot.com/ Parabéns ao seu autor que teve a grande paciência e memória de tamanho trabalho de investigação. Alguns factos aqui relatados como graves já são hoje tidos como normais no futebol luso. Mas a memória não é curta! Obviamente não subscrevo a análise feita na letra S.
VINTE ANOS DE MENTIRA DE A a Z
A justiça do título conquistado pelo F.C.Porto nesta época de 2007-08 é inatacável. Embora beneficiando de dez golos irregulares ao longo da prova - Sporting, U.Leiria (3), P.Ferreira (2), Boavista, Leixões e Belenenses (2) -, cinco expulsões perdoadas (três delas a Bruno Alves em Matosinhos, Alvalade e Amadora, uma a Quaresma e outra a Lisandro nos Barreiros), e pese ainda os treze penáltis subtraídos ao Benfica e descritos em post anterior, tem que se admitir a maior regularidade exibicional dos portistas, a sua maior coesão, e o brilhantismo de alguns dos seus jogadores, nomeadamente os argentinos Lucho e Lisandro, que realizaram uma temporada extraordinária.
Efectivamente, mesmo sendo - respeitando a tradição - a equipa mais beneficiada da competição, tem que se dizer que o F.C.Porto foi também o melhor conjunto e, sobretudo, que não teve culpa dos erros de águias e leões, que cedo se suicidaram neste campeonato quer dentro quer fora das quatro linhas, com erros crassos de gestão desportiva próprios do mais cândido amadorismo. Sem interferências de arbitragem, possivelmente a festa não tinha ainda sido feita, mas, mais jornada menos jornada, a equipa de Jesualdo confirmaria o merecido título, até porque muitos dos lances referidos (embora nem todos) ocorreram em jogos nos quais os portistas acabaram por vencer folgadamente.
Isto todavia não apaga, nem pode branquear, todo o caminho histórico percorrido pelos dragões até aqui, designadamente desde o momento em que Jorge Nuno Pinto da Costa assumiu o poder – do F.C.Porto, e do futebol português.
Desde os anos oitenta muitos foram os casos, muitas foram as suspeitas. Quando vieram a público as escutas do Apito Dourado quase ninguém foi apanhado de surpresa, pois toda a gente mais ou menos ligada ao futebol sabia o que se passava. Tratando-se de situações difíceis de comprovar, e conhecendo-se a rede de influências e interdependências ardilosamente construída ao longo de duas décadas, tornava-se (e torna-se) difícil ver a justiça chegar a bom porto, para mais conhecendo-se a sua dramática lentidão e ineficácia, verificada nestes e noutros casos no nosso país.No momento em que se vão julgar em tribunal um F.C.Porto-E.Amadora e um Beira Mar-F.C.Porto, disputados na melhor temporada de sempre dos dragões (com uma grande equipa e um grande treinador), é importante que se perceba que o problema está muito longe de se esgotar nesses dois episódios, nem eles serão certamente os mais relevantes de uma história repleta de mentira, corrupção e tráfico de influências. Pelo contrário, o que deve ser entendido das escutas – mesmo que o tribunal não o possa ou consiga fazer - é um panorama de subversão total e absoluta de uma lógica competitiva de isenção e transparência, que foi sendo a base para benefício de uns e prejuízo de outros, ao longo de muitas temporadas, e que valeu títulos, dinheiro, prestígio europeu, numa espiral que ainda hoje condiciona e subverte a hierarquia competitiva do futebol português.
É em nome da preservação dessa memória que este texto é publicado. É no fundo o repescar de um conjunto de episódios, factos e, nalguns casos, apenas rumores, que por si pouco poderiam representar, mas que em conjunto reflectem uma realidade à qual não podemos fugir, e a qual ninguém de bom senso deverá ignorar ou fingir que não existe ou existiu. Mesmo que, por questões processuais, a justiça acabe por não conseguir desempenhar o seu papel, a verdade não poderá ser esquecida nem branqueada, pois o que está em julgamento não é mais que a ponta de um iceberg escondendo uma sórdida teia de podridão que alicerçou o futebol português ao longo de mais de vinte anos. É importante que nos lembremos, a cada momento, a cada fim-de-semana, a cada jogo, como é que o F.C.Porto se tornou na máquina de vitórias que hoje é, não desfazendo, obviamente, da qualidade e profissionalismo de muitos dos jogadores e técnicos que passaram pelo clube, e aos quais provavelmente até terá escapado muito do lixo arrecadado nas traseiras dos seus triunfos.
Fica pois aqui, de A a Z, a memória de duas décadas de mentira:
A de ACÁCIO – Pouca gente se lembrará deste nome. Trata-se de um guarda-redes brasileiro que passou com discrição pelo Tirsense e pelo Beira Mar, e que só depois de regressar ao Brasil tomou a liberdade de falar sobre a sua aventura europeia. Confessou então que recebera pressões e propostas diversas para facilitar uma vitória do F.C.Porto em Aveiro, que valia (e valeu) o título nacional de 1993. O caso foi pouco falado, vivia-se ainda um clima de medo pré-Apito Dourado. Mas a recordação das suas declarações e desse campeonato permanecem bem vivas no meu espírito. Só não sei se foi nessa ocasião que, também em Aveiro, o jornalista Carlos Pinhão foi barbaramente agredido por elementos ligados ao F.C.Porto.
Uns anos antes havia sido o belga Cadorin, avançado do Portimonense, a acusar o empresário Luciano D’Onófrio de lhe prometer um bom contrato (em Portugal ou no estrangeiro), caso fizesse um penálti nos primeiros minutos de um Portimonense-F.C.Porto (“depois jogas normalmente”, ter-lhe-á dito). Com a saída do belga do futebol português, o caso acabou por morrer.
B de BENQUERENÇA – Olegário Benquerença protagonizou duas das mais escandalosas actuações da arbitragem portuguesa dos últimos anos. Na Luz, em Outubro de 2004, dois meses antes da detenção de Pinto da Costa, o árbitro leiriense e o seu assistente Luís Tavares foram os únicos que não viram (mais alguns que não quiseram ver…) uma bola rematada por Petit ser retirada de dentro da baliza portista por um desesperado Vítor Baía. No mesmo jogo já havia feito vista grossa a uma claríssima grande penalidade de Seitaridis sobre Karadas (que daria expulsão do grego no início da segunda parte), e mostrado um vermelho injusto a Nuno Gomes, que havia sido barbaramente agredido por Pepe. Um ano depois, em jogo da Taça de Portugal, foi o Sporting a vítima deste benemérito portista de longa data. Com mais uma exibição de “luxo”, Benquerença colocou os leões fora da Taça, poupando penáltis, e expulsando jogadores até achar necessário. Já antes de 2004 era um árbitro polémico, com arbitragens invariavelmente favoráveis aos portistas. Talvez por isso viu as portas de uma carreira internacional de sucesso serem-lhe escancaradas e, não se sabe bem como, poderá até estar no Euro 2008.
C de CALHEIROS – Os irmãos Calheiros – quem não se recorda dos gémeos e barbudos fiscais de linha, ladeando Carlos, o irmão mais velho – foram umas das muitas figuras sinistras da arbitragem portuguesa da década de noventa. Recordo particularmente um inacreditável penalti assinalado nas Antas por suposta falta de Mozer no empate 3-3 de 1993-94, bem como um jogo em Aveiro, na época anterior, concretamente na tarde soalheira de 16-5-1993, em que expulsou Yuran e Pacheco por supostas palavras, possibilitando a vitória ao Beira Mar, e dando o título ao F.C.Porto - que à mesma hora via um tal de Marques da Silva, do Funchal, expulsar estranhamente dois jogadores do Desp. Chaves e assinalar um penálti escandaloso que lhe permitiu virar o marcador para de 0-1 para 2-1 na difícil visita a Trás-os-Montes, quando águias e dragões seguiam, a três jornadas do fim, empatados em pontos. Mais do que essa e outras actuações, sempre em benefício dos mesmos, este trio ficou famoso pela célebre viagem ao Brasil, feita através da agência de Joaquim Oliveira, e paga pelo F.C.Porto. A investigação deste caso nunca foi devidamente feita. Com a PJ do Porto e o próprio MP aparentemente alinhados com o sistema, foi difícil durante muitos anos (e continua a sê-lo) avançar pelos caminhos da verdade.
Ao pé destes meninos, Calabote era possivelmente apenas um ingénuo aprendiz – e diga-se que o suposto e empolado caso Calabote, nos anos cinquenta, redundou apenas num título para o…F.C.Porto.
D de DUDA – Foi um dos meus primeiros contactos com a suja realidade do futebol português das últimas décadas. Jogava-se, já em plena segunda volta, a liderança do campeonato numa tarde chuvosa na Luz – foi este o célebre jogo em que Toni saiu a chorar por ter involuntariamente partido a perna de Marco Aurélio. O Benfica vencia por 1-0 desde os primeiros minutos com um golo de João Alves, mas já na ponta final do desafio, em recarga a um livre defendido por Bento, o brasileiro Duda em claríssimo fora de jogo empatou a partida. O F.C.Porto de Pedroto, e já com Pinto da Costa no departamento de futebol, seria campeão.
No ano antes o F.C.Porto tinha alcançado o título através de um livre duvidoso à entrada da área, que lhe possibilitou o empate (1-1) frente ao Benfica nos últimos minutos de um jogo nas Antas em que estivera em desvantagem desde o terceiro minuto, com um auto-golo de Simões, e em que vira a barra devolver uma bola cabeceada por Humberto Coelho. Era o início de uma longa e podre história.
E de EXPULSÕES – A dualidade de critérios nos jogos do F.C.Porto foi desde os anos setenta uma constante. Todo o anti-jogo lhes foi sempre permitido (recordo por exemplo os empates a zero na Luz em 1989, 1990 e 1993), as agressões de Frasco, Fernando Couto, Paulinho Santos e Jorge Costa raramente foram punidas – este último quando se sentia pressionado atirava-se para o chão e punha assim fim aos lances -, mas aquilo que talvez tenha sido o emblema desta realidade foram as sistemáticas expulsões de jogadores encarnados sempre que jogavam frente aos portistas. Nos últimos vinte anos foram mostrados 23 (!!!) cartões vermelhos a jogadores do Benfica em clássicos com o F.C.Porto para todas as competições. A saber, e por ordem alfabética: Abel Xavier 94-95, Dimas 94-95, Eder 02-03, Escalona 99-00, Hélder 94-95, Isaías 91-92, João Pinto 94-95, 97-98 e 98-99, Miguel 02-03, Mozer 92-93, Nuno Gomes 04-05, Nelo 94-95, Pacheco 88-89, Ricardo Rocha 02-03 e 03-04, Ricardo Gomes 95-96, Rojas 99-00, Rui Bento 91-92, Tahar 96-97, Vítor Paneira 94-95, Veloso 87-88 e Yuran 92-93. Para se ter uma ideia da força deste número, digamos que nos oitenta anos de história anteriores (1907 a 1987) foram expulsos apenas 10 jogadores do Benfica em jogos com o F.C.Porto, ou seja, em apenas vinte anos foram expulsos mais do dobro dos que haviam sido em toda a restante história do futebol português. Este tem sido um aspecto fulcral da perseguição ao Benfica e da protecção ao F.C.Porto, e que muitas vezes impediu outros resultados, nomeadamente a norte, onde a maioria daquelas expulsões teve lugar. Por vezes foi também em vésperas de deslocações às Antas que as expulsões cirurgicamente ocorreram. Foi o caso de Preud’Homme, em 1995-96 e Miccoli no ano passado, curiosamente dois grandes jogadores que nunca haviam sido expulsos em Portugal, e nunca voltaram a sê-lo depois dessas ocasiões.
Também os penáltis marcados a favor do F.C.Porto e subtraídos ao Benfica foram uma constante nas deslocações às Antas (por exemplo 89-90, 92-93, 93-94 no primeiro caso; 91-92 no segundo). Mas até na Luz, em jogo decisivo para o título de 1991-92 isso aconteceu, com o marcador a ser aberto já a meio da segunda parte num lance fora da área entre Rui Bento e Rui Filipe, que valeu o primeiro golo portista e a expulsão do benfiquista. O F.C.Porto, a jogar contra dez, venceria por 2-3. O árbitro era Fortunato Azevedo, que já na primeira volta subtraíra uma grande penalidade ao Benfica e expulsara Isaías, em jogo que terminou empatado a zero.
Os golos anulados a Kandaurov em 1997-98, e Amaral em 1994-95, além do caso Benquerença em 2004-05, também são dignos de figurar neste negro registo de clara e inequívoca parcialidade. Sem falar nas célebres defesas de Vítor Baía fora da área, sem cartão nem punição.
F de FAMALICÃO – Foi um dos muitos escândalos da era Lourenço Pinto/Laureano Gonçalves (fim de oitentas princípio de noventas) – a pior de todas na arbitragem portuguesa. Com o campeonato de 1992-93 ao rubro, o F.C.Porto deslocou-se ao então difícil recinto do Famalicão. Quase seis minutos depois da hora o árbitro José Guimaro - mais tarde condenado por corrupção no caso Leça - arquitectou um absurdo penálti para dar a vitória ao F.C. Porto. João Pinto converteu e o F.C.Porto, com estas e outras (ver Acácio e lembrar o penálti de Rui Bento sobre Rui Filipe na Luz), alcançou um dos títulos mais nebulosos da história do futebol português.
G de GERALDÃO – O central brasileiro Geraldão, bem como o lateral esquerdo internacional Branco, eram especialistas na cobrança de livres directos. Como tal, as arbitragens mostravam-se extremamente zelosas sempre que algum jogador portista caía nas imediações da área (e eram muitos a fazê-lo de forma deliberada), assinalando de pronto livres que frequentemente acabavam em golos. O F.C.Porto do início da década de noventa venceu muitos jogos assim. Recordo um Benfica-F.C.Porto de 1990 em que foi assinalada perto de uma dezena de livres nas imediações da área encarnada, quase todos simulados. Por sorte, nesse dia Geraldão estava com a pontaria desafinada, e o resultado acabou em branco. Mas o título voou para norte…
H de HILÁRIO – Tal como Acácio e Cadorin, o agora guarda-redes do Chelsea foi outra das figuras sobre a qual se ouviram rumores de possível suborno ou pressão quando defendia, por empréstimo do F.C.Porto, as redes do Estrela da Amadora. Neste caso não foi o próprio a assumir, mas sim terceiros a acusar. Foi uma história que também acabou por morrer nos silêncios do medo. Nos últimos anos falou-se também de Rolando do Belenenses, eternamente apalavrado com os dragões.
Ao longo dos últimos tempos muitos têm sido também os jogadores emprestados pelo F.C.Porto a clubes da primeira divisão (situação que deveria ser proibida), conseguindo com isso atirar algum charme para cima dos seus dirigentes - sempre conveniente na hora das contratações - e simultaneamente amaciar adversários. Durante muitos anos os clubes da Associação de Futebol do Porto (Leça, Leixões, Tirsense, Penafiel, Varzim, Rio Ave, Salgueiros, Paços de Ferreira, etc) foram a este nível verdadeiros parceiros do F.C.Porto na sua rota rumo ao domínio, a bem ou a mal, do futebol português. Isso notava-se com clareza nos resultados e nas exibições. E de certo modo ainda nota, caso estejamos bem atentos.
Nesta mesma edição da liga, o F.C.Porto tem jogadores emprestados a Sp.Braga, Belenenses, Leixões, V.Guimarães, V.Setúbal, Académica e E.Amadora. Também U.Leiria e Marítimo têm tido relações privilegiadas com os dragões, sem contar a Liga de Honra, território quase todo submerso na rede de interdependências criada pelo F.C.Porto e seus próximos, ou não tivesse sido ela criada mesmo para esse efeito. O Alverca foi filial do Benfica (embora depois tenha servido para retirar jogadores como Deco da Luz e vender-lhe monos a preços de luxo), mas a satelização de clubes da primeira divisão tem sido ao longo dos anos uma das armas do F.C.Porto. Alguns clubes chegaram a receber quase meia equipa emprestada pelos dragões. Refira-se ainda que a quantidade de treinadores ex-jogadores portistas, conotados com o F.C.Porto e imbuídos da cultura do clube, orientando clubes da liga principal nos últimos anos, é extraordinariamente vasta: Carlos Carvalhal (que ainda na Taça da Liga festejou um golo virando-se para o banco encarnado e gritando f..d..p), Carlos Brito, Jaime Pacheco, Jorge Costa, Domingos Paciência, António Sousa, António Conceição, José Mota, Augusto Inácio, Eurico Gomes, Octávio Machado, António Oliveira, Rodolfo Reis, Paulo Alves, José Alberto Costa, para referir apenas os que me vêm no imediato à memória. Se em muitos destes casos seria injusto especular acerca do menor empenho das equipas, percebeu-se quase sempre, nas flash-inteviews, um pudor extremo em falar de arbitragens nos jogos contra os dragões, e uma fúria incontida caso os supostos prejuízos se dessem com outros clubes, designadamente o Benfica.
I de ISIDORO RODRIGUES – Este árbitro viseense foi um verdadeiro Benquerença da década de noventa. Muitos foram os jogos em que beneficiou o “seu” F.C.Porto, e sobretudo aqueles em que prejudicou o Benfica, por vezes sem sequer se preocupar com as aparências. Recordo com particularidade um Benfica-Boavista (1995-96) em que Isidoro virou o resultado quase sozinho, expulsando três jogadores do Benfica (entre os quais João Pinto), assinalando um penálti fantasma e validando um golo em fora-de-jogo; bem como um Varzim-Benfica para a primeira jornada de 2001-02, em que o árbitro só apitou para o final do jogo quando o Varzim chegou ao empate, nove (!!) minutos depois da hora, e já depois de ter expulsado os benfiquistas Cabral e Porfírio, e marcado o penáltizinho da ordem, começando a liquidar desde logo as aspirações benfiquistas numa época em que muito apostavam (contratações de Simão, Drulovic, Zahovic, Mantorras etc).
J de JOÃO ROSA – Estava-se em 1985-86 e o campeonato seguia animado com a luta Benfica-F.C.Porto na frente da tabela. Este árbitro eborense foi nomeado para um Salgueiros-Benfica, no qual acabou por só não meter a bola dentro da baliza dos da Luz com as suas próprias mãos. De resto fez tudo para o Benfica perder pontos, acabando por “conseguir” um empate a um golo. O sistema estava a atingir o auge dos seus tempos mais tenebrosos.
Outro Rosa, mas este Santos (embora apenas de nome…), foi também figura de proa do sistema que construiu a hierarquia do futebol português que hoje temos. Uma vez em Loulé, permitiu a marcação de um livre sem ter apitado nem os jogadores algarvios terem formado barreira. Esse lance valeu uma eliminatória da taça para o F.C.Porto. Hoje continua a fazer alguns favores aos dragões, comentando arbitragem no jornal “O Jogo”.
K de KANDAUROV – Seria necessário muita pesquisa ou imaginação para encontrar na história do desporto-rei um golo anulado tão limpo como o que este médio ucraniano marcou no Estádio das Antas em 1997-98, num jogo que poderia dar novo rumo a esse campeonato. O F.C.Porto venceu por 2-0, golos de Artur, depois de ser dominado na maior parte do tempo, fruto de uma grande exibição de Poborsky, que se estreava de águia ao peito. Uma arbitragem ultra-tendenciosa de António Costa não permitiu a vitória encarnada.
Outro golo limpo anulado igualmente célebre foi na Supertaça de 1994-95, também nas Antas (onde, assim, era naturalmente difícil marcar), ao extremo campeão de Riad, Amaral. Sem falar em Benquerença.
L de LOURENÇO PINTO –O advogado de Valentim Loureiro no início do caso Apito Dourado, o homem que avisou Pinto da Costa das buscas a sua casa e lhe permitiu a fuga, foi, por surreal que pareça, presidente do Conselho de Arbitragem da FPF no início dos anos noventa, por indicação, claro, da Associação de Futebol do Porto, presidida por o recentemente falecido Adriano Pinto, e que sendo maioritária, pôde sempre optar por manter na sua “posse” aquele “precioso” conselho, em detrimento até mesmo da própria presidência da FPF (que deixava para Lisboa, mas só tratava da selecção nacional). Os seus tempos foram dos piores da história da arbitragem portuguesa, e valeram vários títulos ao F.C.Porto, que tão bem protegido nem precisava de jogar muito para vencer. Com equipas onde pontificavam Vlk, Bandeirinha, Tozé, Paulinho César, Kiki, Raudnei, Barriga ou António Carlos, conseguiu vencer campeonatos ao Benfica de Paulo Sousa, Rui Costa, João Pinto, Vítor Paneira, Futre, Mozer etc. Lourenço Pinto foi pois um verdadeiro Maradona no campeonato português. Laureano Gonçalves e Fernando Marques seguir-lhe-iam o exemplo. Sobre Pinto de Sousa não é necessário acrescentar mais nada aquilo que tem sido veiculado no âmbito do Apito Dourado.
O caso Francisco Silva – que se terá autonomizado do sistema, depois de ser um dos seus principais interpretes – é algo que merecia ser melhor estudado e investigado, e no qual talvez se encontrassem algumas das origens de todo este tenebroso caminho. O juiz algarvio foi “tramado” por Lourenço Pinto, certamente por saber demais, vendo-se irradiado. Recorde-se que foi apanhado com um cheque na mão no balneário em Penafiel.
M de MAIA – Quando vejo toda a polémica em torno do Estoril-Benfica de 2005, disputado no Algarve, e me lembro da quantidade de jogos que o F.C.Porto disputou fora de casa na…Maia, até me dá vontade de rir. Com o pretexto das transmissões televisivas – negociadas pela Olivedesportos – o Estádio Municipal da Maia, um bocadinho mais perto das Antas que o Algarve da Luz, serviu para diversas equipas “receberem” o F.C.Porto. Os resultados eram óbvios, e suponho que os portistas nunca tenham perdido um ponto que fosse nessas “deslocações”. Com Damásio na presidência do Benfica, estes eram aspectos que passavam totalmente em claro. Pinto da Costa e o F.C.Porto agradeciam. Foram os anos do “penta”.
N de NORTE – O povo do norte tem sangue na guelra. Para o melhor o para o pior. Nas Antas, por exemplo, não eram só os jogadores e os árbitros que tinham de enfrentar a pressão de figuras como o Guarda Abel (que exibia armas em pleno túnel de acesso aos balneários), ou os simpáticos “Super Dragões”. Também os jornalistas sofreram na pele sempre que revelaram a coragem de afrontar o super-poder tentacular e mafioso que por ali reinava. Lembro-me de um célebre F.C.Porto-Nacional, em que foram os próprios repórteres televisivos a serem objecto da fúria dos adeptos, sem que ninguém lhes tivesse valido, qual território sem lei, qual fanatismo elevado à potência máxima.
Fala-se também aqui da agressão a Carlos Pinhão, das ameaças de morte a João Santos e Gaspar Ramos, podia-se falar das agressões a Marinho Neves, a Ricardo Bexiga, a Rui Santos e a muitos outros anónimos que, como inclusivamente eu próprio, já foram objecto de ameaças várias.
Noutras modalidades, esta pressão intimidatória tem sido e continua a ser uma das armas dos dragões que, ao contrário do que se passa em Lisboa, contam com forças policiais domesticadas (para além do MP, da PJ, também a PSP lá parece funcionar de forma diferente). No Hóquei em Patins já caíram petardos na cabeça de jogadores do Benfica, sem que tivesse acontecido nada. No Basquetebol ainda no ano passado houve distúrbios que passaram impunes.
O ódio a Lisboa foi sempre uma matriz de Pinto da Costa e do seu F.C.Porto, mistificando o facto de haver muitos benfiquistas no norte, e o Benfica não ser, longe disso, representativo exclusivo da capital portuguesa, onde existem dois clubes grandes. Na verdade, esse ódio – de consequências por apurar na coesão do nosso pequeno país – não foi mais que um instrumento de aglutinação de tropas e manutenção e endeusamento de um poder com laivos fascizantes quanto ao seu fanatismo. Isto virou-se sempre contra a selecção nacional, a qual foi amplamente penalizada pelo desprezo e/ou instrumentalização de que foi alvo. Até chegar Scolari…
O de OLIVEIRAS – Juntamente com o irmão António, Joaquim Oliveira foi elemento determinante na consolidação do poder portista. Ainda hoje o clube da Luz tem as suas transmissões televisivas extremamente sub-avaliadas, face à popularidade e audiências de que desfruta. Faz-me alguma confusão Joaquim Oliveira ser accionista de referência da SAD benfiquista, e ninguém se preocupar com isso.
Já o irmão António (o do caso Paula, dos carimbos falsificados no caso N’Dinga, e das polémicas do Coreia-Japão), ex jogador e treinador do clube portista, protagonizou em 1992 um episódio curioso e revelador. Treinava o Gil Vicente e na primeira volta, nas Antas, fez entrar um tal de Remko Boere a um minuto do fim com o resultado em branco. Esse jogador, que quase nunca havia jogado na equipa, nesse minuto apenas, fez um penálti caricato e recebeu ordem de expulsão. O F.C.Porto venceu 1-0. Na segunda volta, em Barcelos, com o F.C.Porto já campeão, o Gil venceu por 2-1 e salvou-se da descida à segunda divisão. Tudo em família portanto…
P de PROSTITUTAS – Já muito antes de rebentar o Apito Dourado se ouvia falar de orgias de prostitutas com árbitros. Até na segunda divisão isso acontecia, e quem conheça pessoalmente alguém ligado à arbitragem facilmente perceberá do que estou a falar. Marinho Neves também já havia falado dessa realidade, muitos anos antes de António Araújo entrar no mundo do futebol, e de se ouvir falar em Apito Dourado.
O envolvimento com prostitutas é uma forma de pressão extremamente eficaz. Se por um lado premeia e vicia, por outro permite sempre chantagear, mantendo nas mãos, quais marionetas, quem por uma vez cai nessa rede, nomeadamente através de câmaras de filmar ocultas. Estando muitas das casas de alterne da zona do grande Porto ligadas a Reinaldo Teles, é fácil perceber a potencialidade deste esquema.
Q de QUINHENTINHOS – Por falar nele, Reinaldo Teles tem passado estranhamente pelo meio dos pingos da chuva do processo Apito Dourado. Mas foi ele que apareceu ligado ao célebre caso dos “quinhentinhos”, em finais dos anos noventa, numa conversa no âmbito do caso Guímaro, que nunca foi devidamente esclarecida. Outro dos casos que se perderam na impunidade com que toda esta temática se debateu ao longo dos anos. Sobre ele, há também quem diga que parte do dinheiro da venda de Ricardo Carvalho e Paulo Ferreira foi para pagar dívidas suas no casino de Espinho. Mas isso são contas de outro rosário e pouco interessam ao caso.
R de RAÇA – A equipa do F.C.Porto sempre foi admirada pela sua raça, mas algumas foram as vozes que, à boca pequena, se referiram à natureza dessa “raça”. Luciano d’Onofrio, o bruxo “brasileirinho” e sobretudo o Dr.Domingos Gomes, talvez saibam mais do que a generalidade dos adeptos acerca da capacidade competitiva com que os jogadores do F.C.Porto sempre se apresentaram em campo, mesmo quando muitos deles não apresentavam os mesmos índices, nem pela selecção, nem quando saíam para outros clubes. O Dr. Domingos Gomes era, e é, um dos grandes especialistas europeus em (anti)dopagem, e os jogadores portistas tinham, nos anos noventa, fama de levar frascos dentro dos bolsos do roupão já cheios para o controlo anti-doping.
S de SPORTING – Sempre me pareceu incompreensível o posicionamento do Sporting em toda esta história. O clube de Alvalade sempre se queixou, e muito, mas nunca percebendo, ou não querendo perceber, onde estava realmente a origem do problema. Apenas Dias da Cunha pareceu a dado passo ter entendido tudo, mas acabou escorraçado da presidência do clube, muito fruto de um pacto que estabelecera com o Benfica a este propósito, e que foi muito mal aceite em Alvalade pelos ortodoxos da rivalidade lisboeta.
O Sporting, seus adeptos, e muitos dos seus dirigentes, na cegueira de uma fratricida rivalidade com o Benfica, sempre olharam de lado tudo o que se pudesse parecer com corrupção, mas não envolvesse o clube da Luz. Se o Apito Dourado tem atingido o Benfica, outro galo certamente cantaria, pois ferir o Benfica era tudo o que muitos sportinguistas mais quereriam, mesmo não tendo o clube da Luz vencido mais que um campeonato nos últimos catorze anos. Sendo com o Porto, pouco lhes parece interessar. Aliás, parece-me que cada vez mais as vitórias portistas vão sendo compartilhadas pelos leões – só pelo prazer de ver o odiado Benfica perder -, bastando ver o que se passou e Lisboa nas comemorações do tri.
Compreende-se de algum modo a questão emocional, mas esta postura não encerra qualquer tipo de racionalidade, acabando por ser responsável, por omissão, por muito do que tem sido o futebol português. Exemplo disto foi a época 2004-05, em que com Pinto da Costa no banco dos réus, o Sporting e as suas vozes, ao invés de aproveitarem a ocasião para, juntamente com o Benfica, varrerem de vez toda a porcaria do futebol português, viraram agulhas para um rol de acusações ao Benfica, a Vieira e a Veiga, que acabou por beneficiar objectivamente o F.C.Porto, num momento em que este estava verdadeiramente de gatas, e em risco de tão depressa se não levantar. Resultado: o Benfica foi à mesma campeão, e o F.C.Porto reergueu-se, conquistando este tri, não sobrando nada para Alvalade.
Os sportinguistas deveriam reflectir sobre isto: Em 1982 o Sporting era claramente o segundo maior clube português, agora é claramente o terceiro…
T de TÍTULOS – Se o título de 2003-04, com Mourinho, foi de justiça indiscutível, mau grado as investigações terem incidido sobre essa época, outros houve em que as coisas não foram assim tão cristalinas. 85-86, 89-90, 91-92 e 92-93 foram temporadas em que a verdade desportiva foi completamente adulterada, e em que o campeão deveria ter sido, tem que se dizer, o Benfica. No final dos anos 90, já com o poder sedimentado, e fruto da desorganização interna do Benfica, a facilidade com que o F.C.Porto chegou ao penta não permite afirmar que, sem sistema, não fosse igualmente campeão. Mas a embalagem já era grande. Neste século as coisas melhoraram ligeiramente. Ainda assim, as épocas de 2001-02 e 2002-03, talvez por haver um maior temor do Benfica pós-Vale e Azevedo, foram épocas de mentira Lembram-se do Benfica-Sporting 2-2 apitado por Duarte Gomes (o afilhado de Guilherme Aguiar, então director executivo da Liga), ou do Boavista-Benfica 1-0 da semana seguinte apitado por Pedro Proença, em que Simão foi abalroado dentro da área sem que nada acontecesse ?.
A estratégia foi nesta fase sempre a mesma: beneficiar o F.C.Porto e prejudicar o Benfica nas primeiras dez jornadas (em que com menos dramatismo as coisas passavam melhor…), ganhar vantagem, e assim desmobilizar adversários e galvanizar acólitos.
U de ÚLTIMOS TEMPOS – A partir de 2004, fruto das vicissitudes do Apito Dourado, a situação melhorou consideravelmente. A incompetência dos árbitros naturalmente não desapareceu por magia, mas passou a haver a sensação de errarem para todos os lados de forma menos discriminada. Contudo, na época de 2004-05, a pressão anti-benfiquista e a respectiva tentativa de condicionamento foi tanta que por pouco não tinha retirado o título aos encarnados, na época de Benquerença, da roubalheira de Penafiel (Pedro Proença não quis ver quatro grandes penalidades !!), do penalti por marcar em Coimbra sobre Sokota, do golo limpo anulado a Nuno Gomes frente ao Marítimo com o resultado em 3-3, do agarrão pelas costas a Nuno Gomes com o Belenenses, do golo sofrido directamente de livre indirecto contra o Nacional, do penálti fantasma marcado por Jorge Sousa em Guimarães num salto de Romeu com Luisão, do penálti sobre Geovanni em Setúbal não assinalado com o resultado ainda em branco, e por outro lado, nos jogos dos dragões, de uma expulsão surrealista de Juninho Petrolina num jogo contra o Belenenses, do golo de Fabiano nos Barreiros dois metros fora-de-jogo, do golo também off-side de McCarthy ao Penafiel em casa, do golo validado após falta de Jorge Costa sobre Ricardo no Porto-Sporting, das agressões impunes de McCarthy, Fabiano, Costinha e Jorge Costa, do penálti escamoteado a Lourenço no Restelo, do domínio com a mão de McCarthy no golo ao Rio Ave, etc etc.
Em 2006-07 o campeão podia ter sido o Sporting, não fosse o golo com a mão do Paços de Ferreira em Alvalade, e em 2007-08, caso os seis pontos tivessem sido retirados em tempo útil aos portistas, o campeonato poderia ter sido outro. Isto no pressuposto que o clube de Pinto da Costa não tinha descido à segunda divisão na época 2005-06, como teria acontecido se estivéssemos em Itália, França, Espanha, Alemanha ou Inglaterra, e a nossa justiça não tivesse um “quê” de tanzaniana.
Destaque nestas últimas épocas para as arbitragens do portuense Paulo Costa. Uma na Amadora há dois anos, e uma na Luz recentemente com o Leixões, em que ficou demonstrado existirem ainda resquícios de um tempo que se julgava já passado. Lucílio Baptista nos dois últimos domingos também mostrou algum zelo em deixar essa ideia bem vincada.
V de VERY-LIGHT – O termo entrou na história na sequência da final da Taça de 1995-96, em que um irresponsável qualquer atirou um para a bancada oposta matando um adepto do Sporting. Sem a mesma gravidade humana, mas com influência desportiva acrescida, houve um caso nas Antas (pois claro), pouco tempo depois, que raia o surrealismo. No momento da marcação de um penálti contra o Farense, com o resultado a zero, cai um very-light sobre a cabeça do guarda-redes nigeriano Peter Rufai. Com ele total e naturalmente desconcentrado, Jardel atirou para o fundo da baliza e o árbitro validou inacreditavelmente o golo, perante os protestos dos atónitos jogadores algarvios. Este caso simboliza o motivo porque técnicos estrangeiros respeitados como Camacho, Koeman ou Trapattoni, sempre disseram ser o F.C.Porto muito “respeitado” nos estádios portugueses.
Nas Antas aliás passava-se de tudo. Em 1991 no jogo decisivo para o título, os jogadores do Benfica foram obrigados a equipar-se nos corredores, pois o balneário tinha sido empestado de um estranho cheiro tóxico. Nesse dia o presidente João Santos e Gaspar Ramos foram ameaçados de morte pelo guarda-Abel, e a comitiva benfiquista foi apedrejada logo desde a saída do hotel, o que aliás era comum sempre que se deslocava ao Porto – ao contrário, diga-se, do que acontece em Lisboa, onde os jogadores do F.C.Porto se passeiam a pé livremente nas imediações do hotel Altis onde costumam pernoitar.
X de XISTRA – É um dos artistas da nova vaga. Nas últimas épocas realizou na Luz uma das arbitragens mais escandalosas de que me lembro ultimamente, em jogo do Benfica frente ao Beira Mar no qual expulsou de forma alarve Miccoli, impedindo-o de jogar no Estádio do Dragão na jornada seguinte. Na época anterior viu e assinalou de forma anedótica um penálti a favor do F.C.Porto, quando um jogador do Marítimo cortou com a cabeça uma bola que ia para a baliza. O lance seria corrigido pelo árbitro auxiliar, mas mostrou bem porque é que Xistra começa por X.
Z de ZÉ PRATAS – Zé Pratas é da minha terra e é bom rapaz. Não creio que tenha estado alguma vez directa e decididamente ligado a corrupção, e talvez por isso nunca chegou a internacional. Chamo-o para aqui por me recordar de uma Supertaça disputada em Coimbra, na qual após assinalar um penálti, Fernando Couto correu metade do campo atrás dele, e ele sempre a recuar, a recuar, sem que sentisse força para tomar a atitude que se exigia: expulsar o irmão da actual directora executiva da Liga de Clubes.
Essa imagem, define bem o ambiente que se vivia no futebol português da altura. Como uma imagem vale mais que mil palavras (foto no início do post), essa espelhou bem o que era o medo e o poder. O medo terá entretanto desaparecido, mas o poder ainda prevalece. Até quando ?
Texto retirado de http://vedetadabola.blogspot
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Etiquetas: AG, Futebol Português, Porto
Semanada
Sporting - Jogou QB contra um Braga que joga aberto que nos facilita o jogo e, por conseguinte, a marcação de golos. Ganhámos vantagem sobre os anteriores 2, 3 e 4º classificados. Destaco os jogadores Veloso, Grimi e Farnerud. O primeiro recuperou a forma. O segundo é bom e regular. O terceiro jogou razoavelmente. Infelizmente Polga lesionou-se. Rui Patrício não se mostrou muito seguro. Na 5ª feira demos um passo importante rumo às meias finais da Taça UEFA. Com um pouco mais de audácia a vitória poderia ternos sorrido. Vejamos o que nos reserva esta semana.
Benfica - Teve um resultado injusto pois mais que merecia a vitória no Bessa. A arbitragem efectivamente mostrou um critério bem mais laxista no que toca a penaltys do que a equipa que arbitrou o Belenenses - Porto da jornada anterior. Aqui Chalana esteve bem ao denunciar a situação. Já o seu presidente, com os seus telhados de vidro, tem razão mas pode-se cortar com os estilhaços.
Porto - Merecida vitória na prova rainha do futebol luso. Não foram as arbitragens que lhes deram o titulo. Foi a sua magnifica organização interna. Felicito o clube à excepção do seu lavageiro presidente. Para quê dar porrada em mortos? Só se for para espicaçar o vindouro adversário vermelho. De resto não havia necessidade.
Atlético de Madrid e Simão - O ingrato está a fazer uma época meritória. Os seus níveis técnicos e físicos mantêm-se em alta e tem companheiros ao seu nível. A goleada ao Almeria revela isso. A qualificação para a pré-eliminatória da Champions deve acontecer e é bem merecida.
Peseiro - A duas jornadas do fim e com a derrota fora por 4-1 parece mais uma vez afastado do título na recta final, desta vez na Grécia. Conforme se pode ver aqui e aqui, passou de 1º para 3º num ápice. O homem já merecia um campeonato...
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quarta-feira, fevereiro 20, 2008
Taco a taco
Taco a taco andaram Schalke 04 e FC Porto ontem à noite com a única diferença ser o resultado - 1-0 para os alemães. Terá sido o jogo que eu vi nesta época em que os pratos da balança estiveram tão equilibrados. O golo é efectivamente um grão de areia (decisivo apesar de tudo).
Depois de um golo madrugador dos alemães existiram vários lances de ataque e de perigo de parte a parte. A ideia chave deste jogo foi que na maior parte do tempo o Schalke controlou apesar do domínio portista. É uma situação a rever para a 2ª mão no Dragão em que o Porto é obrigado a vencer por 2 golos de diferença para se qualificar. Jesualdo quererá ficar mais alegre do que nesta foto. Não obstante qualquer outra equipa portuguesa perderia por maior diferença.
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António Gouveia
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sexta-feira, fevereiro 01, 2008
Um privilégio – escutar e ler
Quatro razões (assuntos) que ocorreram na semana passada permitiram-me alinhavar algumas ideias, as quais tenho o prazer de passar a compartilhar. São elas:
Terrenos do Sporting - finalmente a Câmara de Lisboa autorizou na Assembleia Municipal o loteamento dos terrenos afectos ao velho estádio de Alvalade. Esta autorização vai permitir ao SCP obter, a curto prazo, um encaixe financeiro que se situará entre os 25 e os 27 milhões de euros.
Sendo assim importa assinalar que até à presente data o SCP reduziu o seu passivo em cerca de 73 milhões de euros. Um esforço notável que aqui se refere.
De acordo com o presidente do Conselho Directivo e da SAD – Soares Franco – o Grupo SCP estará financeiramente sustentado i/é com níveis de endividamento passíveis de serem suportados pela actividade gerada (corrente) sem a necessidade de controlar excessivamente os custos, quando se atingir um passivo não superior a 150 milhões de euros.
Para atingir o “equilíbrio” referido será ainda necessário reduzir o passivo em mais 50 a 60 milhões de euros.
A próxima etapa será discutir com os bancos credores as estratégias adequadas a empreender.
Compete aos sportinguistas acompanharem esta situação e em colaboração com os principais dirigentes do clube, encontrarem as soluções mais adequadas, as quais deverão garantir um futuro mais risonho para a instituição e suas actividades desportivas.
No quadro e gráfico seguintes passamos a ilustrar financeiramente a situação.
Associação Europeia de Clubes – a UEFA e os clubes finalmente chegaram a um acordo.
Acabou o grupo dos ricos (G14) onde se encontrava o FC Porto, em causa estavam os interesses egoístas dos grandes. Michael Platini - presidente da UEFA - deu a volta por cima, cedeu aos principais interesses instalados, mas alargou o grupo para 130 clubes.
Portugal nesta primeira fase vai estar ali representado através de três clubes. Mais tarde se subirmos no ranking (6ª posição) podemos ter mais um representante.
Como curiosidade e ao nível das contrapartidas financeiras, assinala-se que a UEFA vai ressarcir os clubes pela cedência de atletas às selecções dos países que disputam as competições organizadas por essa mesma instituição.
Agora imagine-se os interesses que se vão instalar para que certos e determinados atletas sejam convocados para as suas respectivas selecções.
Centenário do Inter de Milão – na festa e na fotografia final ficaram gravadas três presenças portuguesas, Figo, Pele e Maniche.
Entrevista radiofónica a Fernando Seara (FS) no Lugar Cativo, RCP – saudar, em primeiro lugar, o mestre Fernando Correia pela oportunidade e pela excelente condução temática desenvolvida.
Da mesma ressaltaram, entre outros, três aspectos que gostaria de destacar:
Primeiro aspecto - a visão moderna e progressiva sobre a evolução do desporto em Portugal patenteada pelo entrevistado;
Segundo aspecto – a visão humana, solidária e equitativa sobre aquilo que deve ser, no plano desportivo, o serviço público;
Terceiro aspecto – O Benfiquismo manifestado e a revelação do facto de já ter pensado, em tempos idos, ser presidente do SLB. Embora considere que actualmente a presidência do clube está em boas mãos não rejeita uma candidatura futura.
Carcavelos, 1 de Fevereiro de 2008
Pedro Vieira (pedro.vieira55@gmail.com)