terça-feira, setembro 01, 2009

Crise no SCP ou antes crise no futebol em geral (II)

Parte 2
(continuação)

3. Época 2009/2010

Para esta época os clubes europeus gastaram em aquisições de jogadores 1.500 milhões de euros. Estas aquisições foram feitas, maioritariamente, por um grupo restrito de clubes de que se destacam: R. Madrid; Manchester City; Inter de Milão.

Em termos de receitas – clubes e ligas europeias - reportamo-nos a 2007/ 2008, a situação é a seguinte:

- Os 10 principais clubes – R. Madrid, Manchester U., Barcelona, Bayer M., Chelsea, Arsenal, Liverpol, AC. Milan, AS Roma, Inter Milão – obtiveram receitas no valor de 3.043,8 M.€, as quais corresponderam a 39% da totalidade das receitas (7. 727,0 M.€) das Ligas a que pertencem;

- As receitas (7. 727,0 M.€) obtidas pelas principais ligas europeias correspondem a 53% da totalidade das conseguidas na Europa dos Clubes (14.600,0 M.€).

Em Portugal o investimento em compras – época 2009/2010 – foi de 50 milhões de euros, assim distribuídos: FCP 21,1; SLB 24,1; SCP 3,6.
Em termos de receitas os encaixes foram os seguintes: FCP 66,6 M€; SLB 3,5 M€ e SCP 2 M€.

Em resumo: e no que diz respeito ao futebol profissional português, conclui-se:

Estar-se numa situação económica e financeira á beira da falência, profundamente em crise;
Causas – despesas exageradas, muito acima das capacidades, em média os clubes apenas conseguem cobrir, por época, cerca de 70% dos custos realizados / esgotamento do modelo empresarial assente nas SAD’s esgotamento do modelo competitivo / défices profundos no modelo identitário dos balneários / fortes índices de corrupção associados.

4. Cultura de irresponsabilidade

Os acontecimentos que ocorreram ultimamente num Hospital conceituado de Lisboa, em que seis doentes saíram cegos do bloco operatório, vieram revelar alguns comportamentos que reportamos de preocupantes. Com efeito, quer os profissionais envolvidos quer a direcção clínica, de imediato, vieram a público enjeitar responsabilidades.

Estas reacções evidenciam uma cultura de irresponsabilidade.

Infelizmente este não é um caso isolado na sociedade portuguesa, outros há de igual importância. O despesismo excessivo existente no futebol português é também fruto da cultura de irresponsabilidade existente nos principais clubes.