segunda-feira, outubro 15, 2007

Uma questão de estilo...


Se o estilo de jogo e do negócio está pensado, se está quantificado e valorizado, se existe uma estratégia devidamente suportada organizacionalmente, o sucesso, em princípio, está garantido.
Nesta medida e dinâmica as administrações/direcções dos clubes sabem o que fazer e que directores e treinadores necessitam. Por sua vez os directores sabem que jogadores contratar e os treinadores como treinarem.

De facto, a intensidade e o ritmo competitivo actual do futebol profissional – com jogos quase de três em três dias – alteraram profundamente a forma de estar e de ser das instituições futebolísticas. A constante mediatização do espectáculo, introduziu novas estratégias de marketing e de organização que num curto espaço de tempo revolucionou a imagem do futebol profissional. Este tornou-se numa importante indústria que para ser avaliada e compreendida tem que ser analisada e interpretada à escala global. Só assim se compreende que o Manchester United, Real Madrid, Barcelona e Arsenal tenham milhões de adeptos espalhados pelo mundo.

Por outro lado e ao invés, o fosso orçamental entre os grandes e os pequenos tornou-se ainda maior. Esta situação tem ainda tendência a acentuar-se, ainda mais, através da diferença qualitativa dos planteis. Como forma de ultrapassar as diferenças (gritantes) aumentou-se o número de jogos e com estes acelerou-se a rotação dos atletas. Nalgumas (muitas) situações instalou-se o caos, a desorganização, penalizaram-se fortemente os maus resultados e multiplicaram-se as chicotadas psicológicas.

Como forma de atenuar as incertezas, os cansaços, a constante mobilidade, a mudança permanente, procurou encontrar-se um elemento pacificador. Numa palavra, reforçou-se o papel e a figura do treinador e encontrou-se também um elemento aglutinador que é o ESTILO.

Assim concluímos que hoje, associada ao sucesso, aparece obrigatoriamente a palavra estabilidade e que garantir esta é também uma questão de estilo.

Nota: Este meu apontamento vem na consequência do excelente artigo de J. Valdano no jornal “A BOLA” de 13/10/07. O conteúdo por mim agora expresso inspirou-se no artigo referido.

Pedro Vieira (pedro.vieira@gmail.com)