Aqui pode ler a totalidade da entrevista de Co Adriaanse sobre Quaresma e alguns aspectos do campeonato, nomeadamente o que está a negrito. Quando o próprio treinador do adversário o reconhece...
P Num livro sobre o Ajax de Van Gaal, de que o Co Adriaanse fez parte, percebe-se como o individualismo é combatido e como as tentativas de destaque, a cor das botas, o penteado, o automóvel, são consideradas prejudiciais. Não é o seu pensamento?
R Também é um processo evolutivo. No futebol actual, os jogadores são estrelas de cinema. Quaresma é uma estrela de cinema. Estão todos os dias nos jornais, na televisão, todas as semanas mudam de penteado, guiam carros caros e aparecem acompanhados por mulheres bonitas. Não se pode combater isso. Eu prefiro jogadores mais normais. O Paulo Assunção não usa brincos, chega sempre a tempo, nunca, nunca se atrasa. Mas também precisamos de Quaresma. As pessoas gostam de espectáculo e ele tem algo de especial nos pés. Um gesto de Quaresma pode dar em golo. Decidiu muitos jogos para nós. Porém, também é preciso ensiná-lo. 'OK, Ricardo, és um jogador especial, gosto de ti, as pessoas gostam de ti, mas não é espectáculo para 90 minutos e se estiver 0-0 tens de jogar para a equipa. Se estiver 3-0, podes dar o teu show. Porta-te bem'. O golo do Jorginho em Alvalade foi o mais importante de toda a época, mas a atitude do Quaresma também podia ter sido decisiva. Se o árbitro lhe tivesse dado vermelho, e devia ter dado, passaríamos a jogar com dez e o Sporting talvez ganhasse e talvez acabasse campeão na nossa vez. Foi preciso dizer ao Ricardo 'não voltes a fazer isso, estás a ganhar-nos o campeonato com as tuas acções, com os teus cruzamentos, mas também podes perdê-lo'. Tem de aprender. Se aprender, será um jogador melhor.
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