Que eu saiba devemos ter chegado, salvo erro, umas magras quatro vezes, incluindo a actual, à fase final do Campeonato do Mundo de Futebol. A maior parte das vezes não conseguimos lá chegar. A única vez, das três já disputadas, que obtivemos resultado honroso foi a campanha realizada em Inglaterra em 1966 – ficámos com sabor a mais e alcançamos o terceiro lugar – era, então, seleccionador nacional o brasileiro Oto Glória. Eram os tempos gloriosos do Benfica e desse símbolo mágico do nosso universo futebolístico de seu nome EUSÉBIO. Eram os tempos do início de uma guerra colonial que poucos teimavam em rejeitar. Eram os tempos, em força, da emigração portuguesa - uma parte, significativa, conseguida/realizada de forma clandestina, em que muitos de nós teimavam em não se resignar à pobreza, a qual Salazar paulatinamente e contrariamente à evolução capitalista, ia cultivando como a raiz fundamental da nossa genuína forma de ser e de estar. Eram os tempos da televisão a preto e branco e sem repetição de imagens…
Das outras, bem…, dessas já não me lembro. Nada ficou na minha memória, a não ser laivos da nossa tradicional maneira de ser i/é resignação e bodes expiatórios à mistura. Ah e ainda que os jogos, foram todos eles, televisionados a cores.
Voltou a história a repetir-se, agora no Euro 2004, e novamente um treinador brasileiro, que nos ajudou a chegar à final. Estou naturalmente a referir-me a Scolari, não ganhámos mas foi um grande êxito desportivo com forte impacto sociológico.
Vem tudo isto a propósito da recente, campanha que alguma comunicação social tem feito contra o treinador brasileiro. Além de injusta parece-me que tem sido, em minha opinião, pouco oportuna. Tem evidenciado alguma má intenção e também a ausência, elementar, de bom senso.
Feitas as contas talvez esta seja a hora de estarmos, no essencial, de acordo e não a de problematizar a capacidade e a eficiência do actual seleccionador.
Afinal não foi, o mestre Felipão, o seleccionador do campeão do mundo em título?
A propósito e à laia de nota de rodapé e para terminar, convém lembrar ainda que os únicos seleccionadores com sucesso obtido na história do nosso futebol foram: Carlos Queirós - que conseguiu ser duas vezes Campeão do Mundo de Sub – 20; Humberto Coelho que chegou às meias-finais do penúltimo Europeu; Toni, Juca e Morais (já falecidos os dois últimos), triunvirato, na altura, criado para agradar aos três grandes e que chegaram também às meias-finais de um Campeonato da Europa realizado em França.
Actualmente e curiosamente Toni e Humberto estão no desemprego e Carlos Queirós, após ter sido mal tratado, acabou por emigrar.
Pedro Vieira (pedro.vieira50@sapo.pt)
Das outras, bem…, dessas já não me lembro. Nada ficou na minha memória, a não ser laivos da nossa tradicional maneira de ser i/é resignação e bodes expiatórios à mistura. Ah e ainda que os jogos, foram todos eles, televisionados a cores.
Voltou a história a repetir-se, agora no Euro 2004, e novamente um treinador brasileiro, que nos ajudou a chegar à final. Estou naturalmente a referir-me a Scolari, não ganhámos mas foi um grande êxito desportivo com forte impacto sociológico.
Vem tudo isto a propósito da recente, campanha que alguma comunicação social tem feito contra o treinador brasileiro. Além de injusta parece-me que tem sido, em minha opinião, pouco oportuna. Tem evidenciado alguma má intenção e também a ausência, elementar, de bom senso.
Feitas as contas talvez esta seja a hora de estarmos, no essencial, de acordo e não a de problematizar a capacidade e a eficiência do actual seleccionador.
Afinal não foi, o mestre Felipão, o seleccionador do campeão do mundo em título?
A propósito e à laia de nota de rodapé e para terminar, convém lembrar ainda que os únicos seleccionadores com sucesso obtido na história do nosso futebol foram: Carlos Queirós - que conseguiu ser duas vezes Campeão do Mundo de Sub – 20; Humberto Coelho que chegou às meias-finais do penúltimo Europeu; Toni, Juca e Morais (já falecidos os dois últimos), triunvirato, na altura, criado para agradar aos três grandes e que chegaram também às meias-finais de um Campeonato da Europa realizado em França.
Actualmente e curiosamente Toni e Humberto estão no desemprego e Carlos Queirós, após ter sido mal tratado, acabou por emigrar.
Pedro Vieira (pedro.vieira50@sapo.pt)
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