O jornal “A BOLA” publica hoje, entre outras, duas peças jornalísticas que me chamaram a atenção.
A primeira vem publicada com grande destaque na primeira página e refere-se a uma entrevista ao jogador Luisão.
A segunda ocupa a quarta página é assinada, presumo, por um jornalista pertencente aos quadros do jornal e relata um conjunto de afirmações feitas pelo presidente do Benfica aquando da sua partida recente para o Canadá.
Por questões de metodologia vamos primeiro a Luís Filipe Vieira:
Começa por atacar a justiça do futebol e o presidente da Liga de Clubes a propósito do caso “Apito Dourado”, dizendo que Hermínio Loureiro mostra ter receio de muita gente, que tem um discurso redondo, muito redondo, até hoje nada disse nem tomou decisão alguma, concretamente o que ele fez não passa de show off, ele quer é a Taça da Liga, como se esta prova fosse resolver os problemas do futebol português ou dos clubes. Sobre o ”Apito Dourado” diz ainda “não sou juiz mas daquilo que li não tenho dúvidas que há pessoas que terão de ser irradiadas do futebol”;
O autor da peça diz ainda que Filipe Vieira não está com disposição de deixar cair o tema “Apito Dourado”e que “fontes próximas do processo afirmam que são esperadas revelações dentro de um mês”.
Sobre Luisão, habitual defesa central do Benfica e da selecção do Brasil, ressalta na citada entrevista o facto de o atleta dizer que quer continuar no SLB e que tem muito para dar ao clube. A este propósito refira-se que há cerca de dois meses o atleta tinha afirmado ser seu desejo sair do Benfica por considerar ser muito importante ter outras experiências na sua carreira.
Sobre as duas situações, atrás mencionadas, destacam-se por um lado o espírito justiceiro e quase de cruzada, quiçá com alguma vingança à mistura, do presidente, por outro o oportunismo, quiçá e na ocasião vivida o mal menor manifestado, da parte do jogador.
Duas situações também, embora de forma diferente, que manifestam na actualidade os tempos difíceis que se vivem na grande instituição encarnada.
A crise actual porque passa o Benfica é, fundamentalmente, de identidade e resulta da ausência de três situações:
-Em primeiro lugar a ausência de dirigentes discretos e de um modelo verdadeiramente catalizador para um Benfica moderno.
(O modelo tem que ser implementado após a realização das reformas essenciais e vitais para o clube);
-Em segundo lugar pela ausência de símbolos (atletas) de qualidade inquestionável;
-Em terceiro pela ausência de resultados vencedores, leia-se títulos no futebol.
Pedro Vieira (pedro.vieira55@gmail.com)
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