terça-feira, janeiro 02, 2007

Futebol e Justiça Fiscal

Ouvi há pouco no Telejornal que os jogadores de futebol vão boicotar os campeonatos de futebol se não forem atendidas as suas pretensões de benefícios fiscais devido ao estatuto de profissão de desgaste rápido.

Falando curto e grosso digo o seguinte - Pois boicotem!

Porquê? Porque:

  1. Os futebolistas quando começam a jogar já têm a noção de que o período de vida profissional é curto e há que fazer como a formiga - amealhar para o futuro ou para mudar de profissão sem sobressaltos. Têm também a noção que os altos rendimentos, caso os aufiram, são irrepetíveis;
  2. Quando terminam as suas carreiras podem programar um tempo sabático para obter formação profissional e ingressar numa nova carreira, eventualmente totalmente diferente da de futebolista;
  3. Nos casos dos mais beneficiados pelo talento e pela sorte podem "limitar-se" a gerir o património e gerar novas receitas;
  4. Nos casos em que há lesões, quer a entidade patronal, quer o próprio jogador podem fazer um seguro profissional que acautele estas situações, nomeadamente uma impossibiliade total do exércicio desta profissão.

Não há assim desculpas para que esta categoria profissional seja tratada de modo diferente do comum dos mortais. Comum dos mortais esse que pode ganhar um salário médio ou também pode ganhar mensalmente um salário que tenha uma retenção na fonte à taxa mais elevada. Em ambos os casos não há ninguém que lhes dê benefícios fiscais. No caso do mais afortunado o seu rendimento elevado também pode ser temporário e não permanente. Só que não faz piruetas ou marca golos que lhes dêm um estatuto fiscal privilegiado.

Sendo assim, sou da opinião que devemos boicotar o boicote. Se for avante devemos ir para os estádios com tarjas a dizer que não temos estatutos fiscais privilegiados. Senhores futebolistas - dêem-se ao respeito se querem ser respeitados.