1. - Pinto da Costa, presidente do FC Porto e da sua SAD, o seu número dois Reinaldo Teles, o ex-árbitro Jacinto Paixão, bem como o empresário António Araújo foram acusados pelo Ministério Público na sequência das últimas investigações efectuadas pela equipa liderada pela Juíza Maria José Morgado.
Entendeu a senhora juíza que o depoimento feito pela ex-companheira de Pinto da Costa permitiu e foi determinante para a reabertura do processo, justamente porque Carolina Salgado afirmou que as visitas dos árbitros a casa do presidente do FC Porto não eram apenas de cortesia, mas tinham como objectivo central o favorecimento do clube nos jogos de futebol em que este participava. Os favores eram compensados com prendas, em dinheiro ou em objectos, designadamente sexuais.
Por outro lado, considerou o Ministério Público que as ofertas aos árbitros tinham como propósito falsear os resultados desportivos. Foi esse o entendimento do que aconteceu no âmbito do jogo FC Porto – Estrela da Amadora realizado em 24 – 01 – 2004 e referente ao campeonato de 2003/2004 (19ª jornada). Muito caminho será ainda trilhado até ao julgamento. Compete agora aos Tribunais decidir, até lá Pinto da Costa e todos os outros acusados presumem-se legitimamente inocentes.
Porque acreditamos na justiça vamos esperar pelas superiores decisões desta, esperamos que seja célere. Assim, recomenda-se a todos e sobretudo à comunicação social recato e bom senso.
2. – Coincidente e praticamente na mesma altura o portista ferrenho Miguel Sousa Tavares escreveu na sua coluna habitual de “Opinião - Nortada” no jornal “A BOLA” um artigo a propósito da venda dos passes dos jogadores Nani (SCP) e Anderson (Porto). Nas circunstâncias efectua um conjunto de comentários/relevações que pela sua importância e acuidade passo a transcrever algumas (a peça jornalística tem o título “Para onde vai o dinheiro?” e foi publicada em 5/06/07):
- Começa por dizer que os raciocínios económicos não passam nem são aplicáveis a um clube (FC Porto) que apresentou 35 milhões de prejuízo no ano passado e este ano já vai em 25 milhões de euros;
- Nestas circunstâncias tinha que vender ou falir, daí o negócio da venda do passe do jogador Anderson por 30 milhões de euros. Mas considera ser este um problema grave que deveria ter sido abordado e debatido na recente campanha eleitoral;
- Há anos que o clube vende “anéis de diamantes para comprar cachuchos”. Pergunta:“para quê?” Responde: “ora já não restam dúvidas a ninguém: para pagar comissões a muita e boa gente que parasita no clube!”E mais á frente apresenta uma série ilustrativa de maus negócios realizados. Aqui referimos, como o exemplo, o caso do Sokota que ao que parece, afinal não foi adquirido o seu passe, a custo zero, mas antes por um custo de 3 milhões de euros, pagos a uma off-shore;
- Ainda que “admite-se que um dos administradores da SAD tenha um irmão que faz negócios com o clube?” E ainda o facto de uma SAD que todos os anos apresenta prejuízos e que acumula passivos elevados, “aproveite o único ano em que conseguiu obter lucros – graças a Mourinho e à conquista da Liga de Campeões – para distribuir prémios de gestão aos administradores?”
- De há três anos a esta parte, contabilizando todas as vendas, chega-se a um valor muito perto de 175 milhões de euros (trinta e cinco milhões de contos em moeda antiga). E pergunta ainda Sousa Tavares: “para onde foi? Eis o que eu gostava de ver Pinto da Costa explicar”;
- E termina colocando uma questão fundamental de representatividade, referindo que no jogo em que o FC Porto ganhou o título no Dragão estavam no estádio cerca de 50.000 adeptos. No mesmo edifício decorriam as eleições para os órgãos sociais do clube. Foram às urnas 3700 sócios, que assim se deram ao trabalho de “legitimar” a recondução do actual estado de coisas.
(Nota: Miguel Sousa Tavares vinha avisando e com o corajoso artigo, agora citado, não poderia ter sido mais demolidor para Pinto da Costa).
(continua)
Pedro Vieira (pedro.vieira55@gmail.com)
Entendeu a senhora juíza que o depoimento feito pela ex-companheira de Pinto da Costa permitiu e foi determinante para a reabertura do processo, justamente porque Carolina Salgado afirmou que as visitas dos árbitros a casa do presidente do FC Porto não eram apenas de cortesia, mas tinham como objectivo central o favorecimento do clube nos jogos de futebol em que este participava. Os favores eram compensados com prendas, em dinheiro ou em objectos, designadamente sexuais.
Por outro lado, considerou o Ministério Público que as ofertas aos árbitros tinham como propósito falsear os resultados desportivos. Foi esse o entendimento do que aconteceu no âmbito do jogo FC Porto – Estrela da Amadora realizado em 24 – 01 – 2004 e referente ao campeonato de 2003/2004 (19ª jornada). Muito caminho será ainda trilhado até ao julgamento. Compete agora aos Tribunais decidir, até lá Pinto da Costa e todos os outros acusados presumem-se legitimamente inocentes.
Porque acreditamos na justiça vamos esperar pelas superiores decisões desta, esperamos que seja célere. Assim, recomenda-se a todos e sobretudo à comunicação social recato e bom senso.
2. – Coincidente e praticamente na mesma altura o portista ferrenho Miguel Sousa Tavares escreveu na sua coluna habitual de “Opinião - Nortada” no jornal “A BOLA” um artigo a propósito da venda dos passes dos jogadores Nani (SCP) e Anderson (Porto). Nas circunstâncias efectua um conjunto de comentários/relevações que pela sua importância e acuidade passo a transcrever algumas (a peça jornalística tem o título “Para onde vai o dinheiro?” e foi publicada em 5/06/07):
- Começa por dizer que os raciocínios económicos não passam nem são aplicáveis a um clube (FC Porto) que apresentou 35 milhões de prejuízo no ano passado e este ano já vai em 25 milhões de euros;
- Nestas circunstâncias tinha que vender ou falir, daí o negócio da venda do passe do jogador Anderson por 30 milhões de euros. Mas considera ser este um problema grave que deveria ter sido abordado e debatido na recente campanha eleitoral;
- Há anos que o clube vende “anéis de diamantes para comprar cachuchos”. Pergunta:“para quê?” Responde: “ora já não restam dúvidas a ninguém: para pagar comissões a muita e boa gente que parasita no clube!”E mais á frente apresenta uma série ilustrativa de maus negócios realizados. Aqui referimos, como o exemplo, o caso do Sokota que ao que parece, afinal não foi adquirido o seu passe, a custo zero, mas antes por um custo de 3 milhões de euros, pagos a uma off-shore;
- Ainda que “admite-se que um dos administradores da SAD tenha um irmão que faz negócios com o clube?” E ainda o facto de uma SAD que todos os anos apresenta prejuízos e que acumula passivos elevados, “aproveite o único ano em que conseguiu obter lucros – graças a Mourinho e à conquista da Liga de Campeões – para distribuir prémios de gestão aos administradores?”
- De há três anos a esta parte, contabilizando todas as vendas, chega-se a um valor muito perto de 175 milhões de euros (trinta e cinco milhões de contos em moeda antiga). E pergunta ainda Sousa Tavares: “para onde foi? Eis o que eu gostava de ver Pinto da Costa explicar”;
- E termina colocando uma questão fundamental de representatividade, referindo que no jogo em que o FC Porto ganhou o título no Dragão estavam no estádio cerca de 50.000 adeptos. No mesmo edifício decorriam as eleições para os órgãos sociais do clube. Foram às urnas 3700 sócios, que assim se deram ao trabalho de “legitimar” a recondução do actual estado de coisas.
(Nota: Miguel Sousa Tavares vinha avisando e com o corajoso artigo, agora citado, não poderia ter sido mais demolidor para Pinto da Costa).
(continua)
Pedro Vieira (pedro.vieira55@gmail.com)
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