terça-feira, dezembro 12, 2006

O "Insubstituível" ...

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Recentemente, no dia 4-12-06, o actual e ainda presidente da FPF - Gilberto Madaíl – deu uma entrevista de cerca de quatro páginas ao diário desportivo da capital A BOLA em que procura, ao longo da mesma, justificar a sua recandidatura às próximas eleições daquela instituição desportiva.
Convém relembrar que, recentemente, a mesma personagem tinha num programa de um canal público televisivo manifestado o seu cansaço e o desejo “ardente”de partir para outra….

Convém, porque esclarecedor, transcrever e comentar aqui algumas passagens da mencionada entrevista, a saber:

- Sobre o citado cansaço reafirma o que já tinha dito anteriormente, i/é, ”estou cansado na mesma, cansado e saturado”, no entanto e sem perda de tempo, avança com a recandidatura e justifica, porquê … “desde logo, pelo facto de ter sido impossível fazer aprovar em Assembleia-Geral da FPF o prolongamento deste mandato, que era o que eu desejava, e do qual não viria mal algum ao mundo. Mas enfim, não foi possível e temos de aceitar a decisão soberana da AG”;

- Questionado pelo jornalista sobre o porquê do prolongamento do mandato, responde … “consideramos que é necessário acompanhar um conjunto de matérias políticas que estão em curso e que vão determinar alterações importantes na regulação desportiva e evitaríamos dois actos eleitorais em pouco tempo”… e acrescenta …”todo um conjunto de novos diplomas que torna indispensável haver pessoas na Federação que estejam dentro desta matéria como eu estou sobretudo desde 1999, para que seja possível acompanhar bem tudo em conjunto com o Governo”…. “E se essas alterações forem no sentido que eu defendo, e já o disse publicamente, terá de haver necessariamente novas eleições dentro de sete, oito meses no máximo”…. Factos, portanto e segundo ele, justificadores do prolongamento do mandato;

- Sobre as eleições seguintes e as quais prevê que se realizem-se dentro de sete ou oito meses, refere …” neste momento, não está realmente no meu horizonte voltar a recandidatar-me nessa altura”…. E em jeito cauteloso apressa-se a dizer … “mas logo se verá”...;

- No entanto mais à frente na entrevista esclarece ainda que no futuro…” gostaria de ficar ligado à Federação com a pasta dos assuntos internacionais, pondo, portanto, de parte a hipótese de me manter como presidente para lá de 2007. E, aliás, se for eleito…” e esta é grande questão, em minha opinião, suscitada…”para o Comité Executivo da UEFA, não vejo como possa desempenhar as duas funções ao mesmo tempo…”. Logo de seguida ainda é mais eloquente ao dizer e passo de novo a citar…” relembro que para fazer o melhor que pude e soube como presidente da Federação, renunciei, no final de 1998, ao mandato de deputado à Assembleia da Republica. E se tivesse mantido esse lugar no parlamento teria hoje, certamente, uma situação de vida pessoal bastante mais confortável”…. É impossível, nesta matéria e neste contexto, ser-se mais esclarecedor do que Madaíl;

- A dada altura dá ainda a indicação de qual deveria ser o seu substituto. Segundo, os seus desejos, deveria ser o eng. José Lello - o qual “daria um bom presidente da federação, pois sei que é um bom gestor.”

O que acabamos de descrever é, no seu conjunto e de certa forma esclarecedor do fraco nível intelectual e ético patenteado, nas circunstâncias, pelo dirigente desportivo. Sublinhe-se que estou a referir-me a um homem que detém, hoje em dia, um poder imenso no mundo do futebol, o qual lhe advém do cargo que ocupa e que ele não pretende de forma alguma enjeitar.


Nota: Sobre Carolina Salgado, ex namorada de Pinto da Costa, e mais propriamente sobre o seu recente livro – “Eu, Carolina” - editado pela D. Quixote, em que aquela faz acusações gravíssimas ao presidente do FCP. Sobre o assunto gostaria de referir a excepcional peça jornalista feita por Miguel Sousa Tavares a qual foi editada hoje, dia 12 de Dezembro de 2006, no jornalA BOLA”.

Pedro Vieira (pedro.vieira55@gmail.com)