terça-feira, março 11, 2008

Camacho, francamente, não “atcho”…

No dia em que Zapateiro ganhou claramente, mas sem maioria absoluta, as eleições em Espanha e Sócrates “segurou”, ao contrário do que fez com Correia de Campos (ex-ministro da Saúde), a ministra da Educação no rescaldo da maior manifestação de sempre realizada em Lisboa pelos professores, Camacho, treinador do Benfica, bateu com a porta e demitiu-se na sequência de mais um empate na Luz.

No dia seguinte aos acontecimentos referidos a grande notícia, na maioria dos órgãos de comunicação social, foi a saída da Camacho do Benfica.

Aqui fica também uma nota sobre a força mediática do futebol, leia-se do SLB, em Portugal.

Camacho fundamentou a sua demissão nos seguintes factos: (i) já não se sentir motivado; (ii) não encontrar explicação para os repetitivos maus resultados alcançados pela equipa no seu estádio; (iii) para a falta de ambição evidenciada pelos atletas.

Enfim, ao fim de 7 meses bateu com a porta e partiu para outra deixando o presidente do clube e demais colaboradores, no mínimo, surpreendidos.

O presidente do SLB, nas circunstâncias e meio atrapalhado, acabou por reconhecer não estarem os benfiquistas preparados para uma situação destas. “Não o conseguimos demover”, “foi uma decisão irreversível”, disse Luís Filipe Vieira.

A decisão de Camacho, além de surpreendente, parece-me bastante irresponsável e só possível, quando ainda por cima faltam apenas 8 jornadas para o términos do campeonato e a equipa se encontra num, confortável, 2º lugar, porque o seu estado de ânimo “desportivo/benfiquista” deve ter atingido níveis muito baixos.

E é aqui, justamente, que as minhas interrogações se colocam. O que é que levou o murciano a agir desta forma?

E esta é uma interrogação legítima a qual deve preocupar, sobretudo, os benfiquistas.



Carcavelos, 10 de Março de 2008


Pedro Vieira (pedro.vieira55@gmail.com)