terça-feira, fevereiro 19, 2008

Lembrar Gelsenkirchen

O último título internacional ganho pelo futebol português foi há 4 anos na Alemanha, tendo como palco o Arena auf Schalke e pertenceu a sua conquista ao FC Porto, tratou-se da Liga dos Campeões. Dos jogadores presentes na final nem um pertence hoje ao plantel dos dragões, inclusive o seu treinador, estou a referir-me ao principal responsável por aquela grande vitória do futebol português de seu nome José Mourinho.

Depois disso não ganhámos mais nada, embora tenhamos chegado às finais do Euro 2004 (selecções) e UEFA (Sporting).

Naquele período chegámos a atingir um brilhante 5º lugar no ranking europeu. Na frente conjuntamente connosco estavam então, justamente, as grandes potências europeias, a saber: Inglaterra; Espanha; Itália e Alemanha. Hoje já fomos e julgo também que justamente, ultrapassados pela França e Holanda e estamos quase a ser pela Rússia.

Naquela altura vivíamos uma situação económica, social e desportiva de optimismo e esperança. Acreditávamos que era possível. Acreditávamos, ao invés de hoje, no nosso potencial e na força viva da inovação e da globalização. Posteriormente ainda cavalgámos, construímos novos estádios e organizámos, com competência reconhecida, importantes eventos. De repente parámos e em simultâneo “exportámos” talentos e competências (jogadores e treinadores), os melhores infelizmente partiram.

Fizemos o pior que poderíamos ter feito, não soubemos aproveitar os êxitos alcançados e com eles iniciar as reformas necessárias e desejáveis. Não tivemos a inteligência necessária para renovar o dirigismo e os seus protagonistas, oferecendo-lhes, em contrapartida, oportunidades (dignas) de saída. Ao invés mergulhámos nos “apitos dourados” e quejandos e em consequência entrámos em desordem mental.

É importante, então, recordarmos o passado desportivo recente e com ele criar um movimento renovador e inovador. Para isso e para já é também importante e essencial lembrar Gelsenkirchen e sobretudo sentir de novo o seu espírito ganhador e não esquecer que jamais existiram vitórias morais.



Pedro Vieira (pedro.vieira55@gmail.com)