quinta-feira, junho 22, 2006

CAFÚ e o Jardim de Celeste

Cafú, Brasileiro e Paulista de nascimento (3 de Junho de 1970), como muitas dezenas de milhões de meninos daquele país nasceu pobre e numa favela, mais propriamente num bairro de seu nome Jardim de Irene.

Hoje com 36 anos de idade conseguiu aquilo que muitos querem e só poucos conseguem, ser rico e famoso.

Estamos a escrever sobre o capitão da selecção do Brasil, titular indiscutível, sendo esta a sua terceira participação numa fase final do Campeonato do Mundo de Futebol, jogador igualmente indiscutível no campeonato italiano. Estamos perante uma individualidade futebolística conhecida e estimada na Europa e na América Latina.

Tem outra particularidade – talvez a mais importante - não se esqueceu das suas origens. Quando pode vai ao bairro que o viu nascer e ser menino e procura saber dos seus amigos, para ele é uma enorme tristeza inteirar-se que muitos deles estão presos ou então, muito pior, que morreram.

Como é um ganhador, por princípio, interiorizou que os bons resultados alcançam-se com a quantidade e qualidade do trabalho desenvolvido, sendo este também, normalmente, fruto do desempenho individual dos seus intervenientes directos, do seu espírito de equipa, solidez, disciplina e organização competitiva emprestada.
E sabe, porque aprendeu, que tudo se facilita com muita educação e formação cívica.
Por isso criou uma fundação com o seu nome, onde cerca de 350 crianças, que vivem no seu bairro de nascimento, aprendem inglês, computadores, educação cívica e prática desportiva.

Para todos nós é um grande capitão, tornou-se num símbolo e exemplo da grandeza do futebol e dos interesses e valores que lhes estão superiormente associados.
Por isso qualquer criança de um “qualquer” Jardim de Irene terá sempre respeito e orgulho em Cafú.


Nota: Sobre o Campeonato do Mundo de Futebol – apenas um comentário – ganhámos merecidamente os três jogos e portanto justificámos o primeiro lugar no grupo. Verdadeiramente só agora é que o campeonato vai começar.
O seleccionador Scolari provou até à saciedade que tinha razão, fundamentalmente porque demonstrou que os seus detractores são profundamente ignorantes ao esquecerem que este grupo de 23 rapazes, maioritariamente, não residem – normalmente – em Portugal e, também, por isso são os melhores e os mais bem preparados
.


Pedro Vieira (pedro.vieira55@gmail.com)