Inicialmente ainda fui atrás do resultado, em dois jogos 12 a 1 de diferença desfavorável, no mínimo era humilhante. Na altura, em cima do acontecimento, cheguei a pensar que o melhor seria que Paulo Bento saísse e houvesse eleições antecipadas. Infelizmente não fui o único a pensar assim.
Depois e após algum tempo de reflexão e confesso sem leitura de jornais comecei a pensar no assunto.
Foi assim que passados alguns dias comecei a mudar de opinião e é com alguma satisfação que, desde já, peço desculpa ao Paulo Bento, Direcção, jogadores e sobretudo aos sportinguistas pelo equívoco.
As razões para a minha mudança de atitude tiveram a ver com a resposta que encontrei para as seguintes questões, a saber:
(1ª) Tem ou não tem o SCP um projecto credível (?);
(2ª) Foi ou não sufragado junto dos seus sócios e adeptos este projecto (?);
(3º) Tem ou não viabilidade o projecto aprovado e em execução (?);
(4ª) Tem sido ou não, no âmbito do exercício desta direcção, razoáveis os resultados desportivos obtidos
pelo clube (?);
(5ª) Tem o clube agendado, para data aconselhável, algum evento onde os sócios possam em conjunto
pensar o clube e apresentar propostas (?);
Para estas cinco questões fundamentais encontrei, para todas elas, respostas positivas.
Mais convicto fiquei ainda quando aprofundei mais algumas questões e cheguei, também, às seguintes conclusões:
Os problemas da equipa do Sporting nos jogos com o Bayern e que de alguma forma tinham já acontecido também com o Barcelona, tiveram a ver, fundamentalmente, com os níveis baixos de maturidade competitiva dos seus jogadores. A juventude da maioria dos jogadores do Sporting associada à ausência de um verdadeiro líder dentro do campo justifica a imaturidade existente;
A ausência de um verdadeiro director desportivo no clube tem criado desequilíbrios fortes nas relações do grupo de trabalho. Um dos papéis do director desportivo é o de gerir convenientemente as expectativas internas e externas criadas em torno do grupo de trabalho;
O Sporting, nos últimos 10 anos, tem-se preocupado em formar craques de qualidade elevada mas sem a formação carismática desejável. Os grandes lideres, normalmente, são fortemente carismáticos;
Dos chamados três grandes o Sporting é aquele que tem um orçamento menos elevado e aquele que melhores condições de sustentabilidade tem para, de forma equilibrada, desenvolver o seu projecto.
Entretanto estava a chegar mais um jogo para a Liga Sagres e as expectativas iam direitinhas para a possibilidade de a Naval da Figueira da Foz ir ao Dragão ganhar, e assim o Benfica passar para e frente da liderança. Do SCP nem se falava, na verdade pouco contava. O SLB bastava-lhe ganhar em casa ao Guimarães, ninguém acreditava que o Manuel Cajuda tivesse a desfaçatez de vir à Luz contrariar tudo isto e ainda por cima ele que até é benfiquista.
Pois bem a Naval perdeu no Dragão, o Sporting ganhou e o Benfica, pasme-se, perdeu com o Guimarães e passou para o terceiro lugar da classificação.
De um momento para o outro as coisas começavam a inverter-se para os lados da 2ª circular. Quique era o culpado e nem a vitória contra o rival na final da Taça da Liga na semana seguinte o salvariam. O slogan não poderia ser mais claro, ou o caneco ou Quique e neste diapasão o Benfica tinha forçosamente que ganhar.
O veredicto estava dado antes do jogo começar. O SLB ganhou nas grandes penalidades e o SCP foi mais uma vez roubado por uma arbitragem chefiada por Lucílio Baptista que, num ataque psicótico, viu uma mão na bola de um jogador do Sporting na sua grande área que mais ninguém viu porque, simplesmente, não existiu.
Quique salvou-se, agora falta o lado financeiro da questão e este passa por um lugar de acesso à Liga milionária. Os dados estão lançados e pelos vistos tudo vale.
Pedro Vieira (pedro.vieira55@gmail.com
segunda-feira, março 23, 2009
O outro lado da questão
Publicada por Pedro Vieira à(s) 20:24
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